A maior parte da população não acredita nisso. Os meios de comunicações do país, principalmente rádio e televisão estão nas mãos de políticos ou de pessoas que têm pouco compromisso com a
sociedade.
A falta de controle do Estado sobre as concessões de rádio e televisão no Brasil foi um dos temas do debate sobre a democratização da comunicação, promovido hoje pelo programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, no dia 17, e divulgado pela Agência Brasil.
O professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) Luiz Martins e o ouvidor-adjunto da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Paulo Machado, participaram da discussão.
Machado acredita que a mídia não é democrática, pois impõe às pessoas apenas o que lhe interessa. Isso ocorre porque o governo não fiscaliza os veículos de comunicação depois que concede a eles o espaço de transmissão. “As concessões públicas, para que eles utilizem as ondas [de transmissão], são renovadas a cada 10, 15 anos, sem nenhum tipo de controle sobre a programação e sobre o conteúdo”.
“Acho que o Estado brasileiro, nesse ponto das concessões, está sendo irresponsável” , disse o professor Luiz Martins. Para ele, o Estado é omisso e ausente, pois concede o espaço público para os veículos de comunicação e não cobra nenhuma prestação de contas do que eles fizeram com as concessões públicas. Para ele, é irônico pensar em uma grande empresa de comunicação pública, pois o Estado é o grande poder concessionário na área de rádio e televisão.
A resposta para a democratização da comunicação, segundo Paulo Machado, é o controle mais efetivo da população sobre os meios de comunicação. No entanto, isso não acontece porque os veículos estão fechados para participação popular. Já Martins acredita que a promoção de políticas públicas é o que pode tornar a mídia mais democrática.