Vila real

Resplandecentes olhos de princesa
Que na falta de reflexos me alumia
Olhos que me escondem a beleza
Como o cavalo de Tróia fez um dia.

Desnorteado pelas muralhas vastas
Meus olhos imperfeitos a contemplavam
Feito Castro Alves atrás das matas
No Brás, o chumbo e o pé se encontravam.

Mísero plebeu que ainda sou
Aquela princesa ainda chamo de amada
Reconstruindo das cinzas o que restou.

Eis o cavalo de Tróia que parte em retirada
Deixando os soldados que Ulisses projetou
Um sorriso traduzido em mil nadas.

Pedro Poeta