Um mais longo tratamento hepatite não conta com aprovação de todas as autoridades de saúde, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Raymundo Paraná, comentando sobre as novas medidas que o governo divulgará.
É que hoje, Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, o governo federal deve anunciar novas medidas para o diagnóstico e o tratamento dessas doenças. Desde 18 de julho, estão em vigor novas diretrizes para o tratamento na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Uma delas prevê que o tratamento pode ser prolongado por até 72 semanas sem a necessidade de aprovação de um comitê estadual. Antes, o tratamento era garantido por 48 semanas e, para continuar, precisava da autorização.
Raymundo Paraná disse que não há consenso em estudos científicos sobre os efeitos positivos da continuidade da terapia. Paraná disse que, depois que a norma entrou em vigor, muitos de pacientes passaram a solicitar o prolongamento, conforme Agência Brasil/ Carolina Pimentel.
De acordo ele, o tratamento mais longo é indicado para alguns pacientes, por exemplo, que têm resposta lenta aos remédios usuais. Esse grupo, conforme o médico, representa menos de 10% dos doentes. “Os estudos não são claros. Isso [continuidade do tratamento] levou os pacientes a pedir. Infelizmente, a gente perde o controle”, disse Paraná. “Não é uma situação universal”, acrescentou.
Outra novidade é que o início do tratamento não está mais condicionado à realização de uma biópsia do fígado. Raymundo Paraná estima que 40% dos pacientes ficarão dispensados do procedimento. “Tem um impacto grande”, disse.
O Ministério da Saúde anunciou que, a partir de agosto, vai oferecer testes rápidos para o diagnóstico das hepatites B e C na rede pública. Com o novo exame, será possível identificar as doenças em, no máximo, 30 minutos. Os centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) das capitais serão os primeiros a receber o teste rápido.