Pesquisadores da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) estão desenvolvendo uma nova técnica para diagnosticar a possível infecção de pacientes por dengue, e qual seu tipo, em menos de uma hora, substituindo o sistema atual de diagnóstico, que leva até 24 horas para apresentar resultados. Os pesquisadores esperam colocar a nova técnica em prática em, no máximo, seis meses.
A informação é da Agência Brasil:
Segundo esses pesquisadores, a técnica se baseia em nanopartículas (porções de material de apenas alguns átomos de tamanho, que têm propriedades muito diferentes do mesmo material em grandes quantidades) de metais como ouro, envolto por um perímetro condutor, que tem uma florescência que, quando jogada na luz ultravioleta, por meio de microscópio de florescência, absorve e emite radiações não visíveis. Essas partículas, se tiverem afinidade por DNA ou RNA, podem ser usadas como marcador molecular de vírus e bactérias e identificar o tipo de doença.
“Nós estamos propondo que o paciente, ao chegar em um posto de saúde, tenha retirada uma quantidade relativamente pequena de sangue, para um tratamento prévio de cerca de meia hora, para extrair o DNA. A partir desse sangue será feito um teste. O material extraído do paciente leva três minutos, portanto em um total de menos de 40 minutos, em princípio, se tudo funcionar bem, ainda no posto de saúde o paciente vai ter a confirmação se está ou não doente e, no caso de diagnóstico da dengue, qual seria o subtipo que o estaria acometendo”, afirmou o professor da UFPE, Celso Melo, uns dos pesquisadores da técnica, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
Para a realização do teste, quando a técnica for aprovada e disseminada, vai ser entregue aos postos de saúde uma lâmina previamente tratada , soluções a serem usadas para o teste e um microscópio de florescência. “É um equipamento que, no caso de compra de uma grande quantidade, eu imagino que poderia ficar abaixo de R$ 5 mil”, disse Melo.
De acordo com o professor da UFPE, a técnica vai poder ser usada para diagnosticar outras doenças. “No caso, por exemplo, de infecção de UTI, onde o paciente é acometido por uma infecção e os antibióticos específicos têm que ser usados rapidamente. Pelos testes usuais a resposta sairia em cerca de 24 horas, no mínimo. Com essa nova tecnologia, em menos de uma hora, o médico teria a informação que precisaria, para atuar de forma eficaz.”
A nova técnica deve começar a ser utilizada em um prazo de até seis meses. “Basta esperar pela liberação sobre o uso da técnica, no caso da saúde humana, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e também indicar se esse teste pode ser usado para a saúde animal, como controle da aftosa ou contaminação de plantas, ou até mesmo na qualidade de alimentos”, disse o professor Celso Melo.