Ministra do Meio Ambiente fala sobre desmatamento do cerrado

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comenta hoje, em entrevista coletiva às 10h15 na sede do ministério, os dados do desmatamento no Cerrado no período 2009-2010, além das ações promovidas pelo governo para conter a degradação do segundo maior bioma do país. De acordo com dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o ritmo de desmatamento teve redução em relação ao período anterior, 2008-2009.

Com área de 204 milhões de hectares, equivalente aos territórios de Portugal, da Espanha, França, Alemanha e Suécia juntos, o bioma já perdeu quase 100 milhões de hectares de sua vegetação nativa, o equivalente a cerca de 50% da cobertura original.

Em relação ao Dia Internacional de Preservação da Camada de Ozônio, comemorado em 16 de setembro, a ministra deverá comentar o projeto coordenado pelo MMA que vai fazer a conversão tecnológica de indústrias brasileiras de espuma para a eliminação de gases hidroclorofluorcarbonos (HCFC). Serão aplicados cerca de US$ 20 milhões no projeto. Izabella Teixeira também vai abordar o fato de o Brasil ser referência na América Latina no cumprimento de metas do Protocolo de Montreal – tratado internacional em que os países signatários se comprometem a substituir substâncias que empobrecem a camada de ozônio.

Bahia e Ceará foram recordistas na destruição da caatinga

Bahia e Ceará foram recordistas na destruição da caatinga
Caatinga destruída (Foto: Jackson Rubem)

Caatinga (do Tupi: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca) é um tipo de vegetação existente apenas no bioma brasileiro, abrangendo parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia (região Nordeste do Brasil) e parte do norte de Minas Gerais (região Sudeste do Brasil). É  formada por pequenas árvores, comumente espinhosas, que perdem as folhas no curso da longa estação seca.

Apesar de ser um patrimônio tipicamente nacional, alguns brasileiros estúpidos, a maioria deles no poder, estão acabando com a caatinga.  O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou hoje (2) que de 2002 a 2008 foram desmatados 16.576 quilômetros quadrados na Caatinga, o que equivale a 2% do bioma no país.

A área de Caatinga, mapeada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é de 826.411,23 quilômetros quadrados. Desses, 45,39% não existem mais.

Bahia e Ceará foram recordistas na destruição da caatinga
A árvore maior é uma planta chamada barriguda (Chorisia glaziovii.) e no canto a esquerda um pé de mandacaru. A barriguda passa por três fases durante o ano: cheia de folhas verdes, depois ela enche de flores lindíssimas e por último fica no estado em que você está vendo. A área onde se encontra foi desmatada, restando apenas ela e o mandacaru (Foto: Jackson Rubem)

Para o ministro, o número é muito alto. “Podemos dizer que equivale proporcionalmente à área desmatada na Amazônia se considerarmos que a Amazônia é cinco vezes maior que a Caatinga”.

Os estados que mais desmataram foram a Bahia e o Ceará. Juntos, eles desmataram quase 9 mil quilômetros quadrados em seis anos.

Fica a pergunta: não seria mais viável as autoridades governamentais estimularem a exploração da caatinga para o turismo rural, medicina natural, criação de abelhas, entre tantas outras maneiras?

A agricultura no sertão nordestino está sendo abandonada, por conta da ausência de chuvas. As roças abandonadas acabam se tornando uma espécie de deserto, um cenário bem parecido com o descrito em Vidas Secas, na obra de Graciliano Ramos.

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