Reflexão de um engenheiro sobre Chico Mendes

Por: João Misael Tavares Lantyer

Chico Mendes. Foto: Wikimedia Commons

Frase de Chico Mendes:

No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora percebo que estou lutando pela humanidade.

De manhã o rio Amazonas é quente, quente e verde, tão verde que quem lava roupa ali pensa que a roupa sai esverdeada.

Chico Mendes viveu misturado com o verde da floresta e do rio, o olhar tinha a expressão do amor ao ambiente natural das seringueiras e da natureza. Sentia o mundo, vivendo, só com seu ideal.

Sei que no seu coração o amor a floresta conduzia seu caminho, e sua força se misturava ao canto dos pássaros. 

O escritor Herman Hesse escreveu: “Para que resulte o possível deve ser tentado o impossível “.

Estava sendo desafiada pelos fazendeiros, para fazer pastagens, e isto era real e parecia impossível a luta isolada de um homem, mas o fogo da sua coragem dançava no rosto escuro da floresta ameaçada por estes ventos rebeldes.

Só tinha o silêncio em sua volta e se sentia muito bem naquela solidão.

Era um homem jovem, com um manto escuro da ameaça de morte, cobrindo a sua existência, mas não se intimidou.

Fixou-se nas nuvens do seu ideal e de sua fé. Preservar as seringueiras, a floresta e com está luta o próprio planeta.

Apesar de sua morte, a luta dele é a alma da floresta nos dias de hoje.

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João Misael Tavares Lantyer é engenheiro civil e de segurança do trabalho; é também perito da Justiça do Trabalho e Federal. Leitor assíduo e cronista nas horas vagas.

Amazônia perde 385 quilômetros quadrados de floresta em outubro

Ilustração desmatamentoOntem (23), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou um relatório mostrando que a Amazônia perdeu 385,5 quilômetros quadrados (km²) de florestas em outubro. A estatística veio do sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter).

A área é 52% maior que a registrada em setembro, quando os satélites identificaram 253,8 km² de novos desmatamentos. Na comparação com outubro de 2010, quando o Inpe apontou 388 km² de derrubadas, não há diferenças significativas.

O estado de Rondônia foi o campeão em desmatamento em outubro, com 128,5 km² de floresta a menos, seguido pelo Pará, com 119 km² de derrubadas. Mato Grosso aparece em seguida, com 98 km² de novas áreas derrubadas, e o Amazonas, com 18 km². Em Roraima, o Inpe identificou 8 km² de derrubadas em outubro, no Maranhão, 6,53 km², no Acre, 4,32 km². Tocantins e Amapá registraram 0,8 km² e 0,65 km² de novos desmatamentos, respectivamente.

Triste realidade que afeta a todos os terráqueos já que a Amazônia é o pulmão do mundo.

Amazônia está longe de cumprir Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, mostra relatório

Belém (PA) – Com 34 milhões de habitantes em nove países, a Amazônia tem indicadores sociais ainda distantes dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM). A avaliação considera indicadores de nove países que compartilham a floresta: o Brasil, a Bolívia, Colômbia, o Equador, Peru, a Venezuela, o Suriname, a Guiana e a Guiana Francesa e está no relatório A Amazônia e os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio.

A pesquisa foi organizada pela Articulação Regional Amazônica (ARA) e divulgada durante o encontro Cenários e Perspectivas da Pan-Amazônia, organizado pelo Fórum Amazônia Sustentável.

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio propõem metas para melhorar indicadores de pobreza, educação, saúde, desigualdade de gênero, mortalidade infantil e materna e de meio ambiente. Estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, os ODM têm metas a serem cumpridas até 2015. Continue lendo “Amazônia está longe de cumprir Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, mostra relatório”

Zona Franca de Manaus quer criar selos verdes para diferenciar produtos sustentáveis

Gilberto Costa
Enviado Especial*

Representantes da indústria e do governo e trabalhadores da Zona Franca de Manaus estão propondo acrescentar aos produtos da região selos que identifiquem a origem amazônica, assim como a sustentabilidade ambiental e também social.

No final de 2012, deve entrar em vigor a certificação do Selo Amazônico, proposta por empresários à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), para produtos que contenham matérias-primas extraídas da floresta.

Serão certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) alimentos, cosméticos e fitoterápicos produzidos nos nove estados da Amazônia Legal que, além de serem ecologicamente sustentáveis, remunerem o conhecimento das populações tradicionais e não explorem trabalho escravo ou infantil.

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Inpe e Embrapa mostram substituição da floresta amazônica por pasto

Fotos dos ministros no lançamento do mapa de cobertura das áreas desmatadas da floresta amazônica
Os ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, durante cerimônia de lançamento dos resultados inéditos do mapeamento do uso e cobertura da terra das áreas desflorestadas da Amazônia (lson Dias/ABr)

Um mapeamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostra que mais de 60% da área desmatada da floresta amazônica foi transformada em pastos.

A Embrapa e o Inpe dividiram a área desmatada em dez classes de uso, que incluem pecuária, agricultura, mineração, áreas de vegetação secundária, ocupações urbanas e outros. Continue lendo “Inpe e Embrapa mostram substituição da floresta amazônica por pasto”