Algumas pessoas as vezes são tão insensíveis que eu me pergunto se todo ser humano pode ser considerado humano, como por exemplo os supostos assassinos da criança Isabella.
Conforme divulgado no G1 e transcrito nos parágrafos seguintes, o relato de testemunhas foi o que orientou a polícia a descrever os perfis psicológicos do pai e da madrasta de Isabella.
Às 23h49 de 29 de março, um vizinho ligou para a polícia, desesperado, sem saber direito o que tinha acontecido. O inquérito relata o pedido de ajuda: “Pelo amor de Deus, filha. Tem ladrão no prédio, jogaram uma criança lá de cima. Pelo amor de Deus”.
Um minuto depois, outra ligação para o Corpo de Bombeiros: “Uma criança caiu aqui, cara, do terceiro ou do quarto andar”. O inquérito reproduz várias ligações com pedidos de socorro. Nenhuma partiu do apartamento nem do celular de Alexandre Nardoni.
Os cinco volumes têm 64 depoimentos. Além do relato do vizinho que na noite do crime contou ter ouvido uma criança gritar “papai, papai, papai… Pára, pára”, a polícia colheu um depoimento semelhante de uma moradora do prédio ao lado.
A vizinha, que tem visão para o apartamento dos Nardoni, disse à polícia que sempre ouvia uma criança chorando, à noite ou de madrugada, várias vezes. Um choro prolongado, provavelmente de criança que estava apanhando da mãe. Diversas vezes, chegou a ouvir a voz dessa criança, falando: “pára mãe, pára mãe”.
Há exatamente um mês, em 2 de abril, prestaram depoimento os pais da madrasta de Isabella. Anna Lúcia Jatobá e Alexandre José Peixoto Jatobá declararam à polícia que Anna Carolina gostava muito de Isabella e que tratava os filhos com carinho.