Fiquei impressionado quando li na Folha de São Paulo que Beatriz Batista de Faria, uma jovem adolescente de 13 anos conseguiu ler 327 livros na biblioteca da escola particular, onde estuda.
Por conta disso a jovem ganhou o um prêmio nacional como a maior leitora de livros no Brasil. Ela lê em média uma obra por dia.
Segundo a Agência Brasil/Alana Gandra:
O hábito da leitura vai se tornando, a cada ano, mais presente entre a população infanto-juvenil brasileira. A avaliação é da secretária-geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), Elizabeth Serra. Para ela, em comparação a outros anos, pode-se observar no país a existência de um contingente maior de crianças, jovens e professores preocupados em promover a leitura.
“Mas, do ponto de vista de um resultado, a gente ainda tem muito para fazer”, observou a secretária. Na sua opinião, a ampliação do número de leitores na faixa infanto-juvenil requer bibliotecas que tenham livros atualizados todos os anos.
“A gente não tem um sistema de bibliotecas que funcione, apesar do esforço que vem ocorrendo no sentido de ampliar o número de unidades. Mas, isso implica a formação de bibliotecários, compra de acervos, formação de pessoal capacitado. Implica que as escolas tenham bibliotecas para poder ensinar a essas crianças que quando elas cumprem o período escolar, podem dar continuidade à sua habilidade leitora em uma biblioteca pública. Essa tradição a gente ainda não tem”.
Uma coisa é formar leitores e outra é manter, lembrou Elizabeth Serra. “No nosso trabalho de 40 anos, a gente acredita firmemente que é a literatura, é o livro de qualidade que vai poder, mediado por um adulto, criar as condições de desenvolver esse leitor. O trabalho é enorme e longo, vem obtendo conquistas, mas ainda é preciso fazer muito”.
Ela afirmou que eventos como o Salão do Livro Infantil e Juvenil, promovido pela eundação, bem como as bienais e feiras do livro, contribuem para fazer germinar na criança e no jovem o gosto pela literatura. “É um momento do encontro com o objeto livro, com os autores. E isso é uma cultura que vai se constituindo. A gente considera da maior importância esse tipo de atividade. Quanto mais tiver, melhor”.
A Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil é a única instituição no Brasil que realiza um salão com foco exclusivo no livro de literatura e no informativo, e não em livros didáticos. Nas atividades de leitura organizadas pela FNLIJ, o livro é o principal personagem.
“A gente não usa nenhum tipo de artifício cenográfico ou de dramatização, exatamente para procurar valorizar o texto, a ação de leitura que é, no fundo, a ação que transforma. A gente tem que acreditar que o texto, por si só, tem força. O texto, quando bom, provoca a curiosidade. É ele que levanta perguntas, que nos faz pensar. É acreditar na força do texto ficcional e no de informação que têm qualidade, seja no texto, seja na ilustração”, afirmou Elizabeth Serra.