Mesmo com epicentro no Oceano Pacífico, o terremoto que atingiu o Chile na madrugada de hoje(27), pode ter um impacto violento em desastres humanos e de destroços físicos, admitiu o chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Sands.
O terremoto que alcançou 8,8 graus na escala Richter foi muito próximo da costa, distante apenas 65 quilômetros de uma cidade que tem 40 mil habitantes e de duas outras no raio de 100 quilômetros, cada uma com cerca de 300 mil habitantes, disse Sands.
O Chile está mais preparado para enfrentar terremotos do que o Haiti, pois suas construções são mais firmes. Mas lá existem muitas regiões carentes, com populações pobres no centro e no norte do país, onde o adensamento populacional tem aumentado muito, conforme Agência Brasil/Stênio Ribeiro:
Além do terremoto, o observatório da UnB registrou mais 12 tremores de menor intensidade, entre 6 graus e 6,5 graus nas imediações do grande sismo. O Chile, explicou Sands, está numa região onde grandes placas tectônicas se encontram . Como a Terra está em constante movimento, acrescentou ele, as placas colidem de vez em quando.
Por essa razão, o Chile tem um histórico de terremotos. O mais violento de que se tem registro no mundo ocorreu em 1960, com 9,5 graus, no país. O Chile fica exatamente no fim da grande placa tectônica onde termina o Círculo de Fogo que margeia o Oceano Pacífico pela América Central, América do Norte e desce pelo Leste da Ásia.
O desastre ocorrido no Chile não tem maiores reflexos no Brasil, de acordo com o professor da UnB. A não ser pequenos registros do abalo em grandes cidades com maior altitude como Brasília, São Paulo e Curitiba, em um raio até Porto Alegre.