No mundo globalizado, alguns países acabam exercendo influência sobre os outros, principalmente através de sua cultura. Houve uma época, por exemplo, que a linguagem dos portugueses passou por mudanças, devido a influência exercida pelos livros de Jorge Amado.
Atualmente, algumas mudanças estão sendo incorporadas, por conta de um ritimo africano, conforme matéria da BBC:
O kuduro, ritmo angolano exportado para a Europa, está ganhando fãs ao redor do mundo e, ao mesmo tempo, inadvertidamente influenciando a linguagem usada pelos jovens em Portugal.
Um exemplo é o trio de DJs do Buraka Som Sistema, que produz o kuduro progressivo com influência do house e do techno em Portugal. Eles usam em suas letras diversas palavras vindas da África, além de gírias recém-criadas.
“Há pelo menos um certo público do Buraka que nunca na vida se tinha cruzado com expressões tão africanas como as que usamos e que depois de nos conhecer, já sabe o que isso ou aquilo quer dizer”, explica o DJ Riot.
Mas esta não é a primeira vez que palavras de origem africana chegam a Portugal. O convívio entre imigrantes vindos das ex-colônias e portugueses já havia inserido na linguagem corrente expressões como “bué”, que quer dizer “muito” e já foi até incluída nos dicionários. Outros termos africanos muito usados no país são “cota”, que quer dizer uma pessoa mais velha e “birra” que é uma cerveja. As gírias “cuiar” e “bater” também já estão muito populares em Portugal e poderiam ser traduzidas como “bombar”.
Um fenômeno semelhante aconteceu com o português do Brasil no fim dos anos setenta, quando as primeiras novelas de televisão chegaram a Portugal. Palavras que eram usadas apenas no Brasil passaram a integrar o vocabulário dos portugueses. Um exemplo é o termo “fazenda”, que em Portugal queria dizer apenas “tecido” e não uma propriedade rural, que para eles é uma “quinta”.
Assista a este vídeo produzido pela BBC sobre o tema: