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Raro derrame cerebral aos 2 anos não vence Peter Wolffsohn

Peter Wolffsohn estava com dois anos quando teve um derrame cerebral ou Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Derrame cerebral em crianças é algo que eu jamais pensei acontecer, mas acontece. Um exemplo disso é o caso do menino britânico Peter Wolffsohn. Ele estava com dois anos de idade, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC, também conhecido como derrame cerebral), sem que seus pais percebessem.

No dia seguinte ao acontecimento, Peter estava mais calado, não queria fazer as atividades e parecia ter pouca força para segurar o copo. Em princípio, os pais acharam que ele estava fazendo manha, mas resolveram levar a um consultório médico para ser examinado.

Vários exames foram feitos no garoto, entre os quais uma ressonância magnética. Detectaram então que o menino tinha tido um derrame cerebral, algo tão raro que ninguém achava possível acontecer em crianças, principalmente por estar associado a pessoas idosas.

Uma vez que os primeiros sintomas da doença haviam passado, Peter foi diagnosticado com hemiplegia permanente, a paralisia de um lado do corpo, atingindo o braço, a perna e o tronco, conforme reportagem de Philippa Roxby, da BBC News:

“Eu achava que tudo iria voltar (ao normal)”, disse sua mãe, Rachel, sobre a perda da fala e de movimentos de Peter por consequência do AVC.

Os médicos descobriram que Peter tinha artérias estreitas, então ele foi internado em um hospital por três semanas e teve de tomar remédios anticoagulantes por seis meses. Hoje, ele toma aspirina todos os dias para ajudar a afinar seu sangue.

Ajuda

Uma tala no braço ajuda a evitar que seus músculos se contorçam

Cinco anos após o derrame, Peter reaprendeu a falar e gosta de ir à escola, mas ainda precisa de ajuda em vários aspectos de sua vida.

“Ela lida bem com a situação”, diz a mãe.

“Na escola, ele tem apoio individual e em casa eu tenho que ajudá-lo com qualquer coisa que necessite do uso das duas mãos, como cortar a comida dele e dar banho.”

“Ele usa uma tala na perna e uma tala de lycra no braço. Se não mantivermos seu pé, seu tornozelo e sua canela alinhados, ele pode ficar bem torto e pode precisar de cirurgia no futuro”, diz ela.

Rachel também se preocupa com os quadris e joelhos do filho, porque seu pé está sendo empurrado para uma posição anormal pela hemiplegia. Peter também tende a ficar com o punho fechado, especialmente quando está se concentrando em algo.

Para evitar este tipo de problema, o menino faz muita fisioterapia para relaxar os músculos. O tratamento também inclui injeções de botox que agem como relaxante muscular.

“É preciso ajudar o cérebro a treinar novamente os músculos”, explica a mãe.

Hemiplegia

A hemiplegia é causada por danos no cérebro que podem acontecer antes, durante ou logo após o nascimento de um bebê ou ainda durante a infância, em casos como o de Peter.

O problema não tem cura, mas há muito que pode ser feito para minimizar os efeitos.

“Quando ficam mais velhas, as crianças e jovens com hemiplegia podem ser incentivados a desenvolver melhor seu lado mais fraco através da participação em esportes e hobbies”, diz Jean-Pierre Lin, pediatra do Hospital Infantil Evelina, em Londres.

Os efeitos colaterais da hemiplegia também podem incluir epilepsia, deficiência visual e dificuldades na fala e alguma crianças podem desenvolver problemas emocionais, de aprendizado ou de comportamento.

Mas Rachel está satisfeita com o apoio que Peter tem recebido em sua escola e diz que ele não tem problemas em falar que teve um derrame.

“Peter tem um professor de educação física incrível que fez muitas perguntas sobre o que ele pode e não pode fazer. Ele também impede que as crianças escolham times e deixem Peter por último, por exemplo.”

Rachel espera que o filho consiga ter uma vida independente no futuro, mas sabe que eles terão de enfrentar dificuldades no caminho.

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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