Li uma estranha notícia de algo que eu achava que era impossível de acontecer: a transmissão do câncer de uma mãe grávida para o feto. Há pelo menos 17 casos deste tipo registrados na literatura médica. É como se fosse uma espécie de contágio onde o feto desenvolve os mesmos sintomas que sua mãe, apesar de não existirem provas concretas de que realmente acontece.
Segundo notícia publicada no jornal espanhol El Mundo, por Cristina G. Lucio, após analisar o caso recente de uma mulher japonesa (em quem diagnosticaram leucemia durante o período de gestação) e seu bebê (que desenvolveu doença logo após o nascimento), uma equipe de pesquisadores foi capaz de rastrear a transmissão genética da mãe para o filho. A pesquisa foi publicada nas páginas da ‘Proceedings of the National Academy of Sciences “.
Através de análises repetidas, os cientistas liderado por Mel Greaves, do Institute of Cancer Research (Reino Unido) foram capazes de demonstrar que as células cancerosas do bebê eram idênticos aos de sua mãe e tinha a mesma origem. Um exame de amostras de sangue colhidas do recém-nascido após o parto indicaram que tinham células malignas no nascimento.
Avaliações posteriores mostraram que as células cancerosas do bebê não tinha uma região do DNA e foram identificadas como um elemento estranho ao sistema imunológico da criança.
“A imunidade do feto normalmente destrói qualquer célula que não lhe pertence. Esta é uma razão pela qual a transmissão do câncer é excepcional”, explicou o especialista do Instituto Catalão de Oncologia (ICO) Ander Urruticoechea ao jornal espanhol elmundo.es. “Neste caso particular, é um tipo de leucemia que o feto não foi capaz de reconhecer e, portanto, não foi detectado”, acrescenta.
Além disso, o especialista adverte que “em circunstâncias excepcionais em que uma célula cancerosa passe para o feto, não há motivo para este desenvolver a doença. O que aconteceu com a mulher japonesa e seu filho é que muitas células ultrapassaram a barreira da placenta”.