A qualidade da educação no Brasil foi avaliada recentemente por um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e os resultados podem ser interpretados como positivos ou negativos, a depender do censo crítico de cada um e do partido político.
Foram entrevistadas 2.443 pessoas para descobrir como está a educação no Brasil. Abaixo da metade dos entrevistados (48,7%) acredita que houve melhora na educação do país. No entanto, 27,3% opinaram que não houve mudanças na qualidade do ensino e quase um quarto dos entrevistados (24,2%) disseram que o sistema educacional piorou, ou seja, para a maioria, 51%, não houve mudanças ou piorou, o que já vem sendo notado desde 2008.
O Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) foi desenvolvido pelo Ipea para captar a opinião da população sobre políticas e serviços públicos em diversas áreas. O estudo mostra que essa percepção varia muito em cada região do país. O Sudeste registrou o maior percentual de avaliações negativas: 36,1% acreditam que a educação piorou, enquanto no Nordeste esse grupo representa apenas 14% da população. No Centro-Oeste, 62,9% acham que a oferta melhorou – maior índice de respostas positivas, conforme noticiado pela Agência Brasil/ Amanda Cieglinski:
De acordo com o Ipea, o maior índice de percepção de melhoria nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e no Norte, e o menor índice no Sul e no Sudeste “podem ser uma evidência de que foram ampliados os investimentos nas três primeiras regiões, já que é justamente lá onde se encontram os piores indicadores educacionais do país”.
A percepção sobre a qualidade da educação também varia de acordo com a renda e a escolaridade dos entrevistados. Para 35,4% dos que têm nível superior completo ou pós-graduação, a educação piorou. No grupo daqueles que estudaram só até os últimos anos do ensino fundamental (5ª a 8ª série ou 6º a 9º ano), apenas 21,4% têm a mesma opinião.
Entre os que ganham de dez a 20 salários mínimos, verificou-se o maior percentual de respostas negativas: 34,2% acreditam que o ensino está pior. Na população com renda mensal de até dois salários mínimos, 19,3% têm essa percepção.
Segundo o estudo, “o nível de conhecimento das mulheres sobre os temas avaliados foi aproximadamente 10 pontos percentuais maior que o verificado entre os homens”. Essa diferença, aponta o Ipea, pode ser explicada “pelo fato de as mães estarem mais atentas à vida escolar dos filhos” do que outros membros da família.
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Desde 2008 está acontecendo uma queda na qualidade de ensino no Brasil