Parece incrível que neste mundo globalizado, onde de minuto em minuto dá para se saber o que acontece no planeta, uma autoridade do governo brasileiro se mostrar ignorante acerca dos acontecimentos.
Foi o que aconteceu com o presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Francisco Danilo Bastos Forte.
Ele, segundo a Agência Brasil, admitiu ontem (17) que houve falha da coordenadoria-regional do Distrito Sanitário Especial Indígena do Pará na morte de Gian Tiryó, de 19 meses.
E pasmem, disse que só tomou conhecimento do surto de diarréia e vômito na aldeia localizada na fronteira com o Suriname após a notícia da morte. E que o coordenador foi repreendido.
O surto afetou 58 crianças e quatro adultos na aldeia. Gian morreu no sábado (12), em Macapá (AP), devido a uma parada respiratória causada por desidratação. Ele havia sido transferido para a capital em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que levava jornalistas à região.
Ele lamentou não ter “um sistema on line para saber de tudo que está acontecendo nas comunidades indígenas” e informou que há cerca de 482 mil índios em pelo menos 2 mil aldeias de 25 estados:
“O Brasil é muito grande para a gente estar em todo canto ao mesmo tempo. Segundo o Ministério da Saúde, 1.100 municípios não têm um médico. Esta é uma realidade. Então, imagina ter um profissional em cada aldeia. É impossível”.
Forte ainda incentivou os Kayapó a comunicarem à Funasa sempre que houver algum problema em suas comunidades. “O maior fiscal da saúde indígena são os índios”, disse.