Pesquisa mostra que 35,6% dos jovens têm dor nos dentes ou nas gengivas

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A Agência FAPESP divulgou uma pesquisa realizada em 250 municípios brasileiros, segundo a qual existe uma alta prevalência de dor nos dentes ou nas gengivas entre adolescentes
de 15 a 19 anos.

A pesquisa foi efetuada em municípios das cinco regiões do país, envolvendo pessoas de diferentes segmentos sociais. 35,6% dos jovens têm dor nos dentes ou nas gengivas.

Para a análise, segundo a FAPESP, foram utilizadas informações de 16.126 adolescentes que participaram do Levantamento Epidemiológico Nacional de Saúde Bucal (SB-Brasil), entre 2002 e 2003. O estudo foi publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, editada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

De acordo com uma das autoras do trabalho, Karen Glazer Peres, professora do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), embora existam poucos estudos de base populacional que possibilitem comparações, o índice de prevalência de mais de 35% é considerado alto.

“Praticamente um em cada três adolescentes apresentou dor de dente em um curto espaço de seis meses anteriores à pesquisa”, disse Karen à Agência FAPESP. O estudo contou com outros pesquisadores da UFSC e da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

Ela destaca que outra pesquisa de acompanhamento de adolescentes até 12 anos de idade, feita em Pelotas (RS), também apontou números preocupantes. “Observamos ali que 63% dos entrevistados relataram dor de dente em algum momento da vida e 11% no período de um mês anterior à entrevista”, disse Karen, que também é pesquisadora associada da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel).

Na análise das variáveis independentes, o estudo baseado em dados do SB-Brasil apontou alta prevalência em adolescentes que não estudam (40,2%), com menor escolaridade (41,8%) e com menor renda per capita, que relataram mais dor nos dentes ou nas gengivas que os demais. Verificou-se também que o problema afeta mais as meninas (37,8%) do que os meninos (32,6%).

Karen afirma que existem duas possíveis explicações para uma maior prevalência feminina. “Alguns pesquisadores apontam que diferentes mecanismos biológicos são desencadeadores da dor em homens e mulheres. E, por outro lado, essa diferença pode estar representando normas sociais para a expressão da dor. Ou seja, os meninos procuram se mostrar mais resistentes e, portanto, tendem a relatar menos dor”, disse a professora, que é formada em odontologia pela UFSC.

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