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Páginas web que fomentam anorexia e bulimia cresceram 470%

Stock Illustration - Uma mulher sofrendo de anorexia - bfa0007 Image Zoo Illustrations Royalty Free Photograph

Estou um pouco assustado com o rumo que está tomando as duas palavrinhas – anorexia e bulimia – e o impacto cada vez mais cedo na vida de crianças e jovens. Não só eu, é claro, mas também pais de famílias, autoridades de saúde e todas as pessoas que sabem que o futuro do mundo está na mão dos jovens.

Um estudo internacional, divulgado na Espanha, mostrou que houve um crescimento de 470%, desde 2006, de sites pro-anorexia e pro-bulimia, criados por meninas afetadas por distintos transtornos alimentares. A propagação das ideias é cada vez mais veloz e eficiente, com o auxílio das redes sociais.

O trabalho divulgado pela Agência Caidad de Internet e a Associação Contra a Bulimia e a Anorexia ressalta que 75% dos que consultam estes conteúdos são meninas menores de idade e que a forte expansão registrada nos últimos anos refere-se à ascensão das redes sociais, segundo o site quilmespresentes. [http://www.quilmespresente.com/]

Na Argentina, 12% dos adolescentes sofrem de um transtorno alimentar. Lá proliferam fóruns, blogs e sites que incentivam comportamentos coerentes com anorexia e bulimia, assustando os especialistas. Segundo eles, é possível que esses sites provoquem um efeito de imitação que pode ser potencialmente perigoso para as crianças vulneráveis a esse tipo de problema.

Sites da Internet “pró-ana” e “pro-me”, segundo a gíria, tem a intenção de enganar a censura dos navegadores da Web. São feitos geralmente por meninas que já tem um desses transtornos alimentares e se caracterizam por compartilhar códigos de linguagem que dificultam o entendimento.

Orações para Ana (o nome que eles chamam de anorexia) coexistem nestes sites com dicas para enganar a família e o ambiente social e esconder comportamentos alimentares anormais.

O relatório divulgado na Espanha mostra que basta colocar no Google as palavras-chave que se referem a essas doenças, para surgir, em poucos segundos, mais de 500.000 páginas que promovem a anorexia e bulimia.

O relatório também revela que por trás dessas páginas existem mais de três milhões de entradas, sendo que em 95% dos casos, dirigem-se as meninas interessadas em perder peso a qualquer custo.

Os especialistas pedem que as grandes plataformas que hospedam esses sites, bem como as principais redes sociais trabalhem pela erradicação deste material na Internet, uma vez que distúrbios alimentares estão aparecendo cada vez mais cedo na vida das crianças. Já existem casos de menores de seis anos com sintomas de anorexia e bulimia!

Existe um elemento comum em tudo isso: a obsessão por comida, o peso, a aparência física, tão valorizada atualmente, principalmente pelas meninas, com idade cada vez menor são grandes estimulantes da anorexia e bulimia.

A causa principal destes distúrbios alimentares, na opinião de alguns especialistas, está relacionada a uma série de medos, entre os quais o medo de crescer, medo de assumir responsabilidade, de ser rejeitado. Assim, buscam o objetivo de alcanças a perfeição em todas as esferas da vida.

Entre os famosos, vale lembrar a cantora Alanis Morissetti que já declarou que foi anoréxica e bulímica.

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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