Os “negacionistas” conseguiram cumprir seu propósito. Ao suposto escândalo de violação dos e-mails se uniu o “erro de cálculo” do Comité Intergovernamental (IPCC) da ONU sobre as geleiras do Himalaia. Depois foi publicado o estudo da “Science” sobre o vapor acumulado na atmosfera superior. Aproveitando-se da neblina, os céticos estão tentando “matar o mensageiro”, como fazem às vezes com Al Gore. O novo bode expiatório é o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri, o qual disse: “Eu não vou renunciar, porque os faria muito felizes.” , conforme comentado por Carlos Fresneda:
Nos Estados Unidos, a crença na mudança climática está rachando com as geadas de Washington. De acordo com um estudo recente da Universidade de Yale, apenas 57% acreditam que o planeta está se aquecendo, em comparação com 71%, em outubro de 2008. A confiança nos cientistas diminuiu de 83% para 74%, embora a queda mais acentuada nos últimos meses: de 47% para 36%.
O próprio Al Gore, que critica à vontade seus “inimigos” em seu novo livro, “A nossa escolha”, também sofre de uma crise de credibilidade de 58% para 47%. Quase invariável, o presidente Obama permanece com 51% que ele conquistou com sua política de duplo sentido.
Outra pesquisa feita pelo Centro Pew é ainda mais direta: as mudanças climáticas estão no número 21 entre as prioridades dos americanos. Eles estão mais preocupados com o declínio moral, pelo comércio ou pela influência de “lobistas”, ou os lobos de Washington.
O multimilionário T. Boone Pickens desistiu de seus planos para construir o maior parque eólico do mundo, no Texas. Ele decidiu inscrever-se sem reservas para a corrida do gás natural. O vento, no entanto, continuou no centro das atenções e plantas de energia solar térmica estão aparecendo no horizonte.
Teremos de esperar pelo degelo inevitável para reivindicar o que agora mesmo parece um sacrilégio: menos CO2 na atmosfera e um planeta mais saudável.