O estresse dos pais pode ser transmitido aos filhos que estão por nascer. Cientistas dos EUA têm observado como camundongos machos expostos ao comportamento de estresse crônico transmitem seus comportamentos de estresse para seus descendentes.
O risco de desenvolver depressão, que é significativamente reforçado pela exposição ao estresse crônico, é influenciado tanto pelo ambiente, quanto pela genética.
A interação desses dois fatores é bastante complexa e inclui um terceiro fator desconhecido para muitas pessoas: a epigenética.
A epigenética (um termo usado na biologia para se referir a características de organismos unicelulares e multicelulares) é a ciência das mudanças na expressão dos genes que não são causadas por mudanças no sequenciamento de DNA.
Na reprodução natural, não in vitro
A maioria dos trabalhos até à data tem-se concentrado sobre os efeitos maternos, mas este novo estudo, publicado na revista Biological Psychiatry, Elsevier, analisou os efeitos paternos e descobriu que ratos machos expostos a comportamentos de estresse crônico passam seu estresse para sua prole.
Tanto é assim que um rato macho e uma fêmea mostraram um aumento na depressão e ansiedade, embora os efeitos sejam mais fortes nos machos.
No entanto, essas mudanças de comportamento estavam presentes apenas na descendência produzida por reprodução natural, e não nos filhos que foram produzidos por fertilização in vitro.
A herança é complexa
Isto sugere que as maiorias das vulnerabilidades relacionadas ao estresse são transmitidas para as gerações seguintes em seu comportamento, ao invés de epigeneticamente.
Sabia-se que as mães e pais têm uma enorme influência sobre seus filhos, mas a herança é complexa e este estudo destaca a dificuldade da relação entre as contribuições genéticas, epigenéticas e o ambiente em relação à herança das características importantes do comportamento.
Fonte: 20minutos