Somente depois dos geômetras gregos é que as pessoas vieram a conhecer as relações métricas do triângulo retângulo.
Acontece que os cientistas chineses Teng Leng Ooi, Bing Wu e Zijiang He, na Universidade de Louisville e no Southern College of Optometry, nos Estados Unidos, demonstraram que nosso cérebro sempre usou as relações métricas do triângulo retângulo, mesmo antes dos geômetras gregos apresentarem sua matemática. Fazendo as contas sozinho, o cérebro pega o ângulo formado por uma linha que vai dos nossos olhos em direção ao horizonte e a outra que vai dos nossos olhos até o ponto em que o objeto toca o solo, divide nossa altura pela tangente desse ângulo e apresenta o resultado de forma não-racional ou intuitiva.
Os pesquisadores chineses mandaram voluntários observarem um objeto e depois vendaram os olhos deles. Os voluntários localizaram facilmente o objeto. Em seguida, colocaram neles óculos prismáticos que distorciam a imagem, fazendo com que o ângulo entre o horizonte e o “pé” do objeto ficasse maior.
Com isso, os voluntários acharam que o objeto estava muito mais próximo, do que na realidade estava, na exata proporção do ângulo. O brasileiro José Aparecido Silva, da USP de Ribeirão Preto e o americano Jack Loomis, que desenvolvem trabalho semelhante ao dos chineses, comentaram este assunto na revista britânica “Nature”.