Um exame realizado no laboratório de virologia do Instituto de Ciências da Saúde da Ufba, construído com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesb), órgão vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), está antecipando, em dois dias, o diagnóstico da dengue, que costuma ser feito a partir do quinto dia após o indivíduo ter sido picado pelo mosquito.
“Antes de o paciente manifestar os sintomas clínicos mais evidentes podemos realizar um exame que determina se a pessoa está ou não com a doença”, explica Gubio Soares, doutor em virologia. “Saber o quanto antes se o indivíduo está com dengue é crucial para o tratamento”, completa.
O exame também especifica qual dos três tipos de vírus da dengue encontrados no Brasil infectou o paciente. “Essa distinção é importantíssima, pois alguém que contraia a dengue pela segunda vez, a partir de um vírus diferente da primeira, costuma apresentar sintomas mais graves, podendo evoluir para a dengue hemorrágica”, explica Soares.
No momento, mais de 250 amostras de sangue, provenientes de pacientes atendidos nos últimos 10 dias pelo serviço de emergência do Hospital Aliança, em Salvador, estão no laboratório da Ufba. As amostras analisadas até agora apresentaram os vírus dos tipos 2 e 3. “É preciso ressaltar que a gravidade da dengue não está relacionada ao tipo do vírus em si, mas a uma nova infecção por um vírus diferente”, explica o pesquisador.
De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), até a segunda semana do mês de maio foram registrados, na Bahia, 26.374 casos de dengue, um aumento de 223% em relação ao mesmo período do ano passado. Com relação às manifestações graves da doença, foram registrados 301 casos suspeitos, dos quais 54 confirmados. O total de mortos pela doença chegou a quatro, sendo um dos casos em Salvador e os demais nas cidades de Itagibá, Lauro de Freitas e Tucano.
Na capital, no mesmo período, foram notificados 979 casos de dengue. No restante do estado, 291 (69,8%) municípios foram atingidos pela doença, incluindo 37 (82,2%) dentre os 45 prioritários para o Programa Estadual de Controle da Dengue.
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