Não seria nenhuma vergonha, cantarmos o hino de um outro país para homenagear as vítimas inocentes de um atentado cruel, como o que aconteceu nos Estados Unidos, no dia 11 de setembro de 2001.
Mas, em nenhum momento da história, viu-se americanos cantando o hino de nosso submisso país subdesenvolvido, para homenagear as pessoas que morrem e que morreram injustamente; nem nós cantamos o nosso hino nestas situações inusitadas; nem homenageamos os nossos mártires.
Alguém homenageou, com igual fervor, os soldados brasileiros da FEB (força expedicionária brasileira) mortos na Segunda guerra mundial, lutando por uma guerra que não era sua? Alguém homenageou as milhares de vítimas de um regime militar tirano e autoritário? Alguém homenageou os mortos em salas de tortura? Alguém homenageou os índios mortos em genocídios? Alguém homenageou os escravos mortos, pelo esforço prestado a este país?
Se a sua resposta, em todas essas perguntas, foi “não!” Tire sua própria conclusão. Nós não somos patriotas! Nós não temos nação! Se tivéssemos uma, saberíamos cantar o nosso hino e não esperaríamos parados enquanto a “roda viva” nos esmaga como moinho a canas. Como dizia Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!…” Não espere!
Não espere para homenagear os nossos mártires, homens e mulheres que lutaram e sacrificaram as suas vidas. Pare com esse extra-patriotismo. Tire a camisa com emblema estrangeiro e coloque uma com a bandeira brasileira. Tenha orgulho dela. Se você não tiver, nenhum estrangeiro terá reconhecimento de nosso patriotismo e não medirá respeito em relação ao nosso país.
Temos a força, pois somos o braço que sustenta as grandes potências. O mundo subdesenvolvido tem um fardo que carrega há muito tempo. O peso da mordomia dos países ricos recai sempre sobre nossa economia, somos nós que pagamos. Então pare, pense e mude a sua postura. Patriotismo, respeito à nação, força de vontade e olhos abertos à verdade escondida por trás das aparências. Ninguém além de você é capaz de contribuir tanto para a nossa liberdade. Então pense e faça. Seja patriota!
Marcos Pablo Martins (18 anos, vestibulando) e Adriano Ferreira dos Santos (Estudante do Colégio Luis E. Magalhães). Obs: Texto escrito em 2001.
É Bom ver um texto antigo. as idéias mudaram um pouco mas a criticidade tem o mesmo tom. Obrigado por essa viagem ao passado.
Marcos Pablo Martins Almeida – psicólogo, mestrando em ciências sociais, UFCG.