A organização não governamental (ONG) Aliança Regional contra o Tráfico de Mulheres e Crianças da América Latina e do Caribe emitiu hoje (29) alerta informando que, no México, o crime organizado recruta meninas e adolescentes de 12 a 16 anos para serem usadas em atividades ilícitas e como escravas sexuais. De acordo com o relatório, as crianças e adolescentes são mortas.
A ONG informou ainda que esse tipo de recrutamento ocorre com mais frequência nas regiões de Coahuila, Nuevo León, Tamaulipas, Durango, Zacatecas – no Norte do México. Mas também há registros de casos no centro do país, nas áreas de San Luis Potosí, Hidalgo e Cidade do México.
A diretora da ONG, Teresa Ulloa, disse que nos últimos dois anos aumentou consideravelmente esse tipo de aliciamento. “Depois que o grupo se cansa delas [das meninas recrutadas], elas são mortas”, disse Ulloa.
Segundo a diretora, há pelo menos 800 casos registrados. De acordo com a ativista, os criminosos escolhem crianças e adolescentes para serem “falcões” (informantes), escravas sexuais dos chefes das organizações e para atuar em assaltos e assassinatos.
Teresa Ulloa acrescentou que, nos últimos dois anos, só no município de Caborca, no Norte do México, foram encontrados 400 cadáveres de jovens sem que as autoridades tenham investigado ou alertado para a situação.
Pelo menos dez grandes cartéis tentam dominar o tráfico de drogas, armas e pessoas no país. A disputa de força entre os grupos criminosos e os militares das Forças Armadas geram dados cotidianos de atos de violência, principalmente nas regiões de fronteira com os Estados Unidos.
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto