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Memória do cinema nacional abre as portas para jovens estudantes

Imagina ter a oportunidade de conhecer a memória viva do cinema brasileiro, integrante do Cinema Novo, lembrado pela parceria com Glauber Rocha, um dos mais reconhecidos cineastas baianos. Os estudantes da Escola Municipal Geraldo Dias de Souza, localizada no Distrito de Humildes em Feira de Santana, visitaram e conheceram de perto o histórico acervo de Roque Araújo, localizado na famosa Rua 25 de Junho em Cachoeira.

O Museu do Cinema Roque Araújo abriga objetos datados de 1898 e raridades como a segunda versão do projetor dos irmãos Lumière, famosos por dar origem ao que conhecemos hoje por cinema. Também pode ser observado o Kodascop, de 1910 e um projetor alemão ainda em funcionamento.

São mais de 60 anos de vida dedicados ao cinema muito deles em produções junto com Glauber Rocha e Roberto Pires. Ainda em atividades, o último filme de Roque Araújo e o “O tiro – um disparo de amor e prazer” (2016) que ainda não foi lançado no Brasil. “Parei de contar meus filmes faz 20 anos”, diz Araújo que quando contava estava na casa das 180 produções.

Araújo conta que a história com Cachoeira vem de quando ele ministrava cursos na cidade através de um dos terreiros culturais da cidade e na oportunidade colocava o parte do acervo em exposição. “Fiz uma exposição que ficou cinco meses na universidade e o poder público pediu para trazer esse acervo para a cidade, esse museu seria aberto em Salvador”, disse. A casa cedida pela prefeitura ainda não foi assumida, por problemas burocráticos. O imóvel da Rua 25 de Junho foi cedido pelo IPAC.

O museu tem também um objetivo social, com a missão de disponibilizar cursos de cinema, para funções de continuísta, cenógrafo, dublê, dublador, figurinista, ator, roteirista, costureira, eletricista, cenotécnico, técnico de som entre outros. Araújo, somente em Cachoeira, tem 750 peças, nem todas estão expostas, por falta de espaço, em Salvador o cineasta tem 3.400, em Porto Seguro, expostas estão cerca de 690 câmeras e no Rio de Janeiro, 1.890 peças. “O que me levou a isso foi descobrir que no Brasil tem museu de tudo. Arte Moderna, Imagem e Som, Arte Sacra, então inventei fazer o único museu que não tem no país , para trazer as futuras gerações o que gerou a sétima arte. Então aqui dentro você encontra de tudo”, comenta o cineasta, que trouxe para Cachoeira parte dos equipamentos do estúdio Som Mil, que fica no Rio de Janeiro.

Sobre Glauber Rocha, Roque se orgulha em dizer que trabalhou com o cineasta em todas as produções, inclusive foi ator (um dos cangaçeiros) em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. “Trabalhei com Glauber e ele me tinha como uma pessoa da família, conheci ele ainda jovem em Salvador”, lembra-se Araújo, que completa. “Se vivo ele continuaria fazendo cinema e seria ministro da Cultura”, categoriza.

Professor Reginaldo Santos

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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