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Mulheres entre 25 e 29 anos estão prontas para adotar crianças e jovens


Curiosamente, as mulheres que estão prontas para adotar uma criança ou adolescente estão entre com idade 25 e 29 anos, são casadas e têm renda mensal de R$ 750 a R$ 2 mil.

A Agência Brasil escreveu mais sobre o tema:

O perfil faz parte da pesquisa Percepção da População Brasileira sobre a Adoção, divulgada hoje (14) pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Pouco mais de 15% de um total de 1.562 entrevistados afirmaram que, caso pudessem contribuir para mudar a realidade de crianças e adolescentes em abrigos, adotariam um deles.

Quase 60% dos possíveis candidatos a adotar são do sexo feminino. Já a faixa etária que apresenta maior aceitação para a adoção é dos 25 aos 29 anos (30%), seguida pelos 50 anos ou mais (25,5%) e pelos 30 aos 39 anos (23,8%).

Em relação ao rendimento financeiro, pessoas com salário entre R$ 750 e R$ 2 mil lideram com 25,9%. Em seguida aparecem pessoas com rendimento entre R$ 2 mil e R$ 4 mil. Cerca de 20% dos entrevistados se recusou a informar a renda mensal familiar.

A maioria dos que adotariam é casada (58,8%), seguida por solteiros (28,2%) e pessoas separadas ou divorciadas (5,5%). Outro dado apontado pela pesquisa é que 78,1% dos que adotariam já possuem outros filhos.

O jornalista Christian Heinlik, entretanto, desafia o perfil traçado pela pesquisa. Solteiro e aos 35 anos, ele está prestes a concluir o processo de adoção de Pedro Vinícius, 8 anos. O pai adotivo já tem a guarda provisória da criança a cerca de um ano e se refere ao filho como “um presente de Deus”.

Ele acredita que a adoção de Pedro deve sair ainda este ano e garante que o processo não é tão demorado ou tão burocrático como muitos imaginam.

“Não passei por muita demora. Escuto muito o pessoal reclamar de fila de espera mas acho que existem alguns mitos. A burocracia existe sim, mas no tamanho certo. Não é muito absurda. Tem que avaliar quem são os pretendentes e as motivações. Não dá para entregar uma criança nas mãos de qualquer pessoa.”

Para Heinlik, a demora acontece porque existem muitos pais à procura de “crianças que não existem e, para as que existem, não há pretendentes”.

Às vésperas do aniversário de 9 anos do filho, ele deixa dicas para quem deseja adotar uma criança.

“Que o desejo seja de ter um filho e não de tentar ajudar. Se você pensa em adotar uma criança porque pode ajudar, não adote. A adoção é somente um outro caminho para ser pai ou mãe. Tenha um tempo para gestar essa idéia participando de um grupo de apoio. É importante ainda que o processo seja legal, que vá pela Vara da Infância para evitar problema. Seguindo esse caminho, tem tudo para dar certo.”

A AMB estima que 80 mil crianças e adolescentes brasileiros vivem, atualmente, em abrigos. Desses, cerca de 8 mil estão em condições de serem adotadas enquanto os outros 72 mil aguardam algum outro tipo de apoio.

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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