Brasília – Os ministros do Meio Ambiente dos países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU) discutem hoje (22), em Mônaco (Itália), propostas para melhorar a ação do organismo na gestão dos problemas ambientais do planeta, como as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade. Eles participam da 10ª Sessão Especial do Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente, que reúne os conselheiros do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Segundo o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Capobianco, que representa o Brasil no encontro, apesar do grande número de iniciativas da ONU, como as várias convenções internacionais criadas para tratar de mudanças climáticas, biodiversidade, espécies ameaçadas, entre outros temas, o quadro ambiental do planeta continua se agravando.
“É necessário que se crie uma oportunidade de aprimoramento dessas ações. Não se trata de reduzir ou modificar, mas organizar melhor e integrar para que tenhamos resultados mais concretos em termos de ganhos ambientais” afirmou nessa quinta-feira (21) em entrevista à Agência Brasil.
Capobianco abrirá um painel, apresentando a proposta brasileira de reforma do sistema de gestão ambiental das Nações Unidas, elaborada a partir da Reunião Ministerial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável: Desafios para a Governança Internacional, realizada no Rio de Janeiro em setembro do ano passado. De acordo com ele, a idéia é criar uma organização para coordenar as ações desenvolvidas pelas várias convenções internacionais e pelo Pnuma, que hoje operam com secretariados próprios e pouca integração.
Também é indicado o aprimoramento do GEF (sigla em inglês do Fundo Mundial para o Meio Ambiente), que financia ações nos países em desenvolvimento para enfrentamento de questões ambientais globais.
Segundo Capobianco, propostas de outros países também estarão em debate. Algumas delas defendem o fortalecimento do Pnuma, transformando-o numa organização mundial, enquanto outras sugerem a manutenção do atual sistema com maior aporte de recursos.
Para ele, a proposição brasileira é uma saída intermediária, em que se mantém ganhos e estruturas existentes, tornando-as mais eficientes a partir da sua integração.
O secretário afirmou que é difícil prever qual será o caminho adotado para a reforma na gestão ambiental global e que este será um processo naturalmente longo, já que a ONU busca construir soluções de consenso.
Durante os dois primeiros do encontro, aberto ontem (20), o principal assunto em discussão foram novos mecanismos para financiamento de ações para a mitigação das mudanças climáticas e adaptação dos países a elas, especialmente formas de viabilizar a implantação do Fundo de Adaptação para os Países em Desenvolvimento, aprovado durante a Conferência das Partes da Convenção do Clima, realizada em Bali, na Indonésia, em dezembro do ano passado.
Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil