O Ministério da Cultura pretende triplicar em 2009 o número previsto inicialmente para 2008 de 50 milhões de crianças atendidas em 1.790 escolas. No dia 10, a secretária de Articulação Institucional do Minc, Silvana Meireles, também coordenadora executiva do Mais Cultura, recebeu do grupo Maurício de Sousa Produções e da editora Globo 3 milhões de gibis da Turma da Mônica. A solenidade foi realizada na Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
A notícia é da Agência Brasil:
As revistas, desenhadas pelo cartunista Maurício de Sousa, serão distribuídas a 5.360 bibliotecas públicas; 6 mil bibliotecas do Programa Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, parceiro do Mais Cultura; 517 Pontos de Leitura; e 200 Pontinhos de Cultura em todo o país.
Maurício de Sousa salientou a necessidade de engajamento das pessoas em projetos como o Mais Cultura, que sirvam para fazer com que o público leia mais, “que chegue mais à cultura, ao conhecimento. Acho que isso devia fazer parte de todo mundo”. Em seus gibis, nos quais retrata crianças brasileiras cujos traços e aventuras são inspirados em seus filhos e netos, Maurício de Sousa sempre procura inserir lições de moral e de cidadania. “No meio da historinha, sempre tem alguma coisa a mais. É a mesma coisa que você estar contando uma história para o filho. Você coloca algum conselho, uma referência, uma lembrança sua que sente que vai fazer bem para quem está ouvindo a história”.
As personagens criadas por Maurício de Sousa contribuem também para ampliar a exportação brasileira de cultura. Elas já estão presentes em mais de 30 países, com destaque para a Mônica, que começa agora a conquistar o mercado chinês, por meio da alfabetização de 180 milhões de crianças, e Ronaldinho Gaúcho, cujos gibis são requisitados principalmente em mercados considerados exóticos, revelou o cartunista. “O que interessa é que a gente consiga levar arte e cultura brasileiras para os outros países”. A meta em 2009 é exportar para Indonésia, Coréia, Itália, entre outros mercados.
O ano de 2009 será também o clímax do Programa Mais Cultura, disse Silvana Meireles à Agência Brasil. O Ministério da Cultura anunciou hoje os resultados dos editais nacionais do Mais Cultura, que envolvem 600 Pontos de Cultura e 200 Pontos de Ludicidade/Espaços de Brincar, que serão instalados no próximo ano em todo o território nacional, além de 410 bibliotecas modernizadas. “Boa parte das ações está sendo construída agora e ainda está no campo do invisível. Mas, no ano que vem, elas vão chegar de fato o nosso público, que é um publico das classes C, D e E”, informou a coordenadora-executiva do Mais Cultura.
Os kits do Concurso Pontos de Leitura têm valor de R$ 20 mil cada e incluem 500 livros, computador e mobiliário. Eles visam a criar locais que estimulem o hábito da leitura entre as pessoas. Já os Pontinhos de Cultura receberão prêmio de R$ 18 mil cada, para aperfeiçoamento dos Espaços de Brincar.
O balanço do programa Mais Cultura é positivo, avaliou Meireles. O número de Pontos de Cultura, que era de 800 em três anos, saltou em 2008 para 2.000, por meio do lançamento de 1.200 novos pontos no Brasil. O programa tem uma dotação orçamentária específica que totalizou este ano R$ 226 milhões, além de contrapartidas estaduais. Silvana Meireles acredita que a partir da posse dos novos gestores públicos municipais, haverá também adesão das prefeituras ao programa. Para 2009, a dotação para o Mais Cultura deve ficar no mesmo patamar.
Silvana Meireles celebrou o gesto de Maurício de Sousa, que inaugurou outro tipo de parceria com o Mais Cultura, com a sociedade civil. Ela espera que esse exemplo possa ser seguido por outros artistas e intelectuais, que passarão a ser “coadjuvantes do programa, que pretende atingir uma faixa da população que é muita desassistida e excluída, inclusive, da infra-estrutura institucional, como é o caso das bibliotecas”.
Atualmente, o nível de leitura no Brasil ainda é baixo. Ele atinge 1,8 livro lido por habitante ao ano, levando em conta que a faixa etária também foi ampliada, afirmou Silvana Meireles. “Se comparado com a França, ou mesmo com a Colômbia, onde o índice é de 3,4 livros per capita/ano, ainda precisamos fazer muitas ações como essa, porque o gibi é uma maneira bela de você atrair crianças para o prazer da leitura.”