Ela tinha uma doença que provocava um gravíssimo quadro degenerativo denominado síndrome de Rasmussen. Há doença vinha corroendo o lado direito de seu cérebro havia seis anos. Por conta disso, quase 50% do cérebro removido por ordem médica, e não só sobreviveu como já faz planos para o futuro.
A lenta destruição causava convulsões violentas que, na opinião médica, só poderiam ser evitadas por meio da pura e simples remoção de metade do cérebro de Cameron.
O caso foi publicado no site do jornal britânico “Daily Mail”, entre outros veículos, entre os quais o portal da globo, G1:
Segundo a reportagem, contrariando a literatura médica, a menina já consegue correr e brincar.
As únicas sequelas foram uma “pequena debilidade” nos movimentos e a perda da visão periférica.
Ela teve alta do hospital da Universidade Johns Hopkins quatro semanas depois da hemisferectomia (a extirpação cirúrgica de um hemisfério cerebral) e encerrou há pouco a fisioterapia.
E já avisou aos pais que deseja ser bailarina.
Segundo os neurologistas da Johns Hopkins, a recuperação de Cameron ilustra uma situação raríssima em que o cérebro promove uma “reconfiguração”.
Um caso semelhante, noticiado com alarde em outubro do ano passado, é o da americana Michelle Mack , de 37 anos. Nascida com metade do cérebro, Michelle fala normalmente.
O lado direito de seu cérebro também se “reconfigurou” para assumir também as funções típicas do lado esquerdo.
À época, Jordan Grafman, chefe da Seção de Neurociência Cognitiva dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos EUA, explicou o que alguns já qualificavam de milagre: o cérebro de Michelle se reconfigurou, assumindo tarefas do hemisfério inoperante.
Em seu caso, porém, as sequelas foram mais significativas: ela tem dificuldades na compreensão de conceitos abstratos e se perde facilmente em lugares com os quais não tem familiaridade.