O Ministério do Meio Ambiente está fazendo um trabalho original que é a divulgação da primeira lista nacional de espécies exóticas invasoras, de origem estrangeira e que estão em nosso país ameaçando os seres vivos.
A mais famosa espécie estrangeira que tantas mortes e outros danos causa a nosso país é o mosquito africano Aedes aegypti, responsável pela dengue e o mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei). Ele causa prejuízo a instalações submersas de usinas hidrelétricas, pois impede seu funcionamento normal.
O diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, disse que já está na fase de revisão cinco estudos de diagnóstico de espécies exóticas e invasoras. A publicação acontecerá em julho.
A matéria publicada na BBC fornece mais detalhes:
Ele estima que o número de espécies na lista seja semelhante ao de uma relação preliminar de 2006, que listou 543 seres vivos.
Tema novo
A relação nacional deverá ser usada como base para a elaboração de um plano nacional de combate às espécies exóticas e invasoras, que deve ser lançado no segundo semestre, disse Dias.
“Esse é um tema novo na área ambiental, um assunto que está crescendo”, disse. “Com mais informação disponível, fica mais fácil a discussão política sobre como lidar com o problema.”
Ele explicou que até agora, o Ministério do Meio Ambiente vinha lidando com as espécies invasoras individualmente. Mas os problemas aumentaram, o que levou à necessidade de criar a lista.
Pelo menos quatro Estados – Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Espírito Santo – já tem listas estaduais, explicou Dias. A do Rio de Janeiro, divulgada em maio, lista 226 espécies, incluindo a jaqueira e o mico-estrela.
Nos mares, a relação carioca inclui o coral-sol (do gênero Tubastraea), uma espécie que prolifera com velocidade na região de Ilha Grande, ameaçando o coral-cérebro (Mussismilia hispida), uma espécie que, na natureza, só existe na costa brasileira.
Mexilhão-dourado
Uma espécie é considerada exótica quando é introduzida num habitat que não é o seu original. Para ser considerada invasora, ela precisa ser capaz de se reproduzir nesse novo ambiente sem interferência humana, podendo virar uma praga.
Como esses seres vivos não tem predadores naturais na sua nova casa, podem proliferar livremente, ameaçando outras espécies.
O mexilhão-dourado é uma das espécies “estrangeiras” que mais tem causado problemas no Brasil.
Originário da China, o molusco chegou ao Brasil na água de lastro de navios e se reproduziu rapidamente, se espalhando por áreas de água doce e salgada.
Nas usinas hidrelétricas, o acúmulo dos mexilhões em áreas submersas pode até provocar a interrupção da geração de energia.
O problema levou o governo federal a lançar, em 2003, uma força-tarefa para controlar a disseminação do mexilhão.