Brasília – O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reúne-se segunda-feira (18), em São Luís, para avaliar o pedido de registro do tambor de crioula como patrimônio imaterial brasileiro, ou seja, como manifestação cultural no Livro de Registro das Formas de Expressão. O tambor de crioula é uma dança afro-brasileira praticada por centenas de grupos no estado do Maranhão.
Em entrevista à TV Nacional, a diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Márcia Sant’Anna, lembrou que a história dessa manifestação cultural está ligada à devoção a São Benedito, que, na memória popular, é o santo que ajudou os escravos, os negros, e os ensinou a construir o tambor, que faz parte do festejo.
Márcia destacou a importância do registro como o reconhecimento do valor cultural de uma manifestação popular que congrega centenas de grupos no Maranhão: “Somente na ilha de São Luís, na pesquisa para o registro, foram catalogados 61 grupos. E no estado do Maranhão existem mais. Então, é o reconhecimento da força da cultura popular.”
Segundo ela, existem 23 processos de registro [de patrimônio imaterial] em andamento, 10 já foram concluídos de 2003 para cá, e vários inventários de referências culturais em todos os estados do país, 19 já concluídos e 17 em andamento. Esperamos que a decisão do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural seja positiva com relação ao registro e, sendo positiva, os grupos de tambor de crioula do Maranhão vão fazer uma grande festa”, disse Márcia.
Sobre o roubo de obras de arte, a diretora do Iphan salientou que o instituto, em parceria com o Ministério Público e a própria Polícia Federal, tem um cadastro de bens culturais roubados, vinculado inclusive à Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), para a busca desses bens, dentro e fora do território nacional.
”Esse trabalho tem sido muito produtivo: alguns bens culturais, algumas obras de arte têm sido encontradas, e pretendemos continuar com essa parceria, sempre coibindo esse tipo de roubo, que é um roubo da nossa cultura”, afirmou.
Gláucia Gomes/Repórter da Agência Brasil
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