Lavar as mãos com frequência é um hábito que deverá ser adquirido desde a infância. A afirmação é do coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Carlos Eduardo Figueiredo, no Dia Mundial de Lavar as Mãos.
“Essa prática deve ser estimulada na infância, porque a pessoa leva isso para a vida adulta. É um gesto importante, que leva pouco tempo, é barato e previne várias doenças”, ressaltou o infectologista em entrevista à Agência Brasil.
Mais de 80 países comemoram hoje (15) como o Dia Mundial de Lavar as Mãos. O Brasil oficializou esta data e participa pela primeira vez, com o objetivo de reforçar a importância de higienizar as mãos para prevenir doenças transmitidas por micróbios, vírus e bactérias, entre as quais a influenza h1n1.
Figueiredo destaca ainda que a epidemia de influenza h1n1 – gripe suína – provocou na população grande preocupação com a higiene ano passado. “A gente via crianças levando frascos de álcool em gel para a escola, só que isso voltou ao esquecimento. E esse é um comportamento que precisa ser estimulado o tempo todo”, criticou.
Segundo o infectologista, o efeito do álcool é o mesmo da combinação de água e sabão, desde que a concentração varie entre 50% e 70% na solução. O tempo gasto com a higienização é de no mínimo 20 segundos, quando é usado álcool, e em torno de 40 segundos com água e sabonete.
A pesquisa Hábitos de Lavagem de Mãos no Brasil, feita pelo Instituto Ibope mostrou que 65% das crianças apresentam coliformes fecais nas mãos. Embora 84% das mães entrevistadas tenham dito que se devem lavar as mãos antes das refeições, 76% dizem cumprir essa recomendação. Apenas 25% afirmaram assegurar que o filho lave as mãos depois de ir ao banheiro. O estudo ouviu 277 mães de crianças entre 4 e 12 anos.
De acordo com dados de 2009 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 3,5 milhões de crianças com menos de 5 anos morrem anualmente por causa de doenças relacionadas à diarreia e infecções respiratórias agudas.
As recomendações do Ministério da Saúde para uma higienização adequada das mãos incluem o cuidado com a lavagem nos espaços entre os dedos e o uso de papel toalha para secar as mãos.