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Índios de Roraima não mandam as crianças à escola por causa da insegurança

Treze mil alunos de escolas indígenas de todo o estado de Roraima não vão comparecer as aulas, por tempo indeterminado, em protesto pelo que fizeram com os membros da comunidade na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. A informação é do Conselho Indígena de Roraima (CIR).

Além disso, eles também protestam contra à posição do governador José de Anchieta Júnior, que classificou o fato de índios terem entrado na propriedade do arrozeiro Paulo César Quartiero como terrorismo, prática que os indígenas atribuem aos rizicultores.

“Temos conversado com as lideranças e eles acham mais importante tirar os terroristas [os não-índios] de lá. O estudo depois tem como repor, mas não dá para ficar indo à escola com esse clima, essa insegurança”, afirmou à Agência Brasil o coordenador geral do CIR, Dionito José de Souza, quando questionado se a medida não implicaria em prejuízos significativos para as próprias comunidades.

O clima tenso permanece em Roraima com os moradores da Raposa Serra do Sol e autoridades do estado à espera do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de ações que questionam a demarcação da reserva em área contínua. A corte deve decidir em no máximo três semanas se os não-índios que possuem terras na área de 1,7 milhão de hectares poderão ou não permanecer lá.

Agência Brasil

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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