O Brasil é mesmo um pais de contradições. Apesar do país ter elevado seu IDH nos últimos dez anos, o nível de pobreza da crianças e jovens no país ainda é elevado, principalmente na Região Nordeste, onde 66,7% das crianças, dos adolescentes e jovens ainda viviam em situação de pobreza em 2008.
É isso que mostra a Síntese de Indicadores Sociais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo indica que, para o total do país, a maioria das crianças e adolescentes de até 17 anos (44,7%) vivia, em 2008, em situação de pobreza.
Segundo a Agência Brasil, os técnicos do IBGE verificaram a tendência de aumento da frequência escolar na primeira infância, embora em ritmo ainda lento. O maior crescimento da taxa ocorreu na faixa dos 4 a 6 anos: de 57,9% para 79,8% entre 1998 e 2008. Entre as crianças de até 3 anos, a taxa de frequência escolar passou de 8,7% para 18,1%, no período.
O estudo constata que a renda da família é determinante para a frequência à escola, que aumenta conforme o nível de rendimento. Na faixa até 3 anos, a taxa era de 18,5% para as famílias que viviam com até meio salário mínimo per capita e de 46,2% para as que viviam com mais de três salários mínimos per capita. No grupo de 4 a 6 anos, a taxa era de 77,1%, na faixa de até meio salário mínimo, e quase universal (98,8%) para as crianças na faixa de rendimento de mais de três salários mínimos per capita.
Já na faixa dos 7 a 14 anos, em que as crianças devem frequentar o ensino fundamental, o acesso à escola está praticamente universalizado para todos os níveis de rendimento. A frequência escolar dos adolescentes de 15 a 17 anos era de 78,4% nas famílias do primeiro quinto de rendimento (as 20% mais pobres) e de 93,7% nas famílias do último quinto (as 20% mais ricas).