Homens são mais afetados na violência entre jovens, diz Ipea

Foto: Wikipédia
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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou uma pesquisa denominada Juventude e Políticas Sociais no Brasil, segundo a qual um problema antigo continua existindo no cotidiano dos brasileiros: a morte de jovens por violência e acidentes de trânsito. E os homens são os que mais morrem.

A estatística do Ipea mostra que entre 2003 e 2005, a taxa de mortalidade média de jovens de 20 a 24 anos foi de 261,8 por cada 100 mil habitantes no caso dos homens. Para as mulheres, o mesmo índice foi de 58,4 por 100 mil habitantes. O estudo aponta que “a explicação para tal fenômeno está na violência, que ocasiona uma sobremortalidade dos adolescentes e adultos jovens do sexo masculino, fazendo que este período seja considerado de alto risco”, conforme noticiado na Agência Brasil / Amanda Cieglinski:

A socióloga e especialista em juventude, Miriam Abromovay, destaca que o número de meninas envolvidas em conflitos tem aumentado, ainda que não apareça nos dados estatísticos. “Chama atenção o números de mulheres jovens que estão sofrendo mais por causas externas. Elas estão participando mais e sendo vítimas”, afirma.

Entre 2003 e 2005, morreram em média cerca de 60 mil jovens do sexo masculino por ano. Quase 80% destas mortes foram por causas externas, majoritariamente associadas a homicídios e acidentes de trânsito. Já entre as meninas, foram em média 15 mil mortes anuais, 35% delas relacionadas às causas externas.

Para Miriam, o principal motivo do fracasso das políticas públicas de segurança para jovens é que elas não se concentram na prevenção, mas na repressão. “Ainda não existe no Brasil uma política preventiva que veja e escute esses jovens, que trabalhe com o interesse desses jovens. Por mais que os governos se esforcem, isso ainda não é realidade”, afirma. Nem mesmo a escola, na opinião da especialista, atende os interesses desse público. “Ao contrário, a escola os expulsa”, diz.

Outro fator que potencializa a violência e o número de mortes entre esse público é o fácil acesso às armas. “Apesar de toda a regulamentação, esse ainda é um drama na sociedade. Em tese eles não poderiam ter acesso às armas, mas quando você escuta o testemunho deles, vê que é fácil. Custa um pouco mais caro, mas eles continuam tendo acesso”, conta Miriam.

A cor ou raça também influencia nas chances de o jovem morrer precocemente. Entre 2003 e 2005, a taxa de mortalidade da população entre 18 e 24 anos foi de 204,5 para cada 100 mil jovens brancos contra 325 para cada 100 mil jovens pretos.

One reply to Homens são mais afetados na violência entre jovens, diz Ipea

  1. Os dados da pesquisa do IPEA são alarmantes, e o mais é a ausência de debates na universidade sobre a juventude.
    Desejo levar essa questão para meus alunos no ensino médio e na universidade.
    Abraços,
    Irineu Lopes

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