O Ministério da Educação anuncia mais um avanço no sentido de modernizar a educação brasileira. Neste dia 30, o O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou uma proposta de mudança curricular e organizacional do ensino médio. A proposta foi apresentada pelo Ministério da Educação (MEC), em maio e tem o sugestivo nome de “ensino inovador”.
Este projeto tem o objetivo de melhorar a qualidade do ensino através de apoio a iniciativas das secretarias estaduais de educação.
A Agência Brasil/Amanda Cieglinski informa mais:
Segundo o conselheiro Mozart Neves Ramos, o CNE recebeu várias sugestões de entidades da sociedade civil que foram incorporadas ao projeto. O texto final deve ser divulgado até o fim da semana.
Os principais pontos da proposta apresentada pelo MEC não foram alterados. Entre eles está o aumento da carga horária de 2,4 mil para 3 mil horas/ano e uma reforma organizacional do currículo. O atual modelo da grade curricular, dividido em 12 disciplinas tradicionais, será dividido em quatro eixos mais amplos (trabalho, ciência, tecnologia e cultura) para incentivar a interdisciplinariedade.
“É importante agora implementar corretamente a proposta e trabalhar principalmente a formação do professor. É preciso que a universidade compreenda qual é a proposta e formar os professores para esse modelo”, apontou Neves.
Hoje durante a tarde o CNE se reuniu com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) justamente para discutir a questão da formação.
Outra mudança proposta pelo ministério é que os alunos tenham no mínimo 20% de disciplinas optativas dentro do currículo. Todas essas mudanças têm por objetivo tornar a escola mais atraente para o jovem. Pesquisas apontam que o atual modelo é considerado desinteressante, o que aumenta a evasão e diminui o tempo do brasileiro nos bancos escolares.
Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, cabe à escola corresponder às expectativas do aluno e não o contrário. Segundo ele, o orçamento de 2010 destinará de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões para a proposta. “A partir do momento que nós superamos o gargalo do vestibular tradicional [com a criação do novo Enem], destravamos um processo de diversificação do ensino médio que já ocorre em vários estados”, avaliou.
As secretarias de educação deverão responder a um edital que será divulgado pelo MEC para inscrever propostas inovadoras que “serão potencializadas com apoio federal”, disse o ministro. A ideia, segundo Haddad, é que essas experiências sejam disseminadas na rede. Inicialmente, o MEC vai financiar a implantação de projetos em 100 escolas.