Segundo normas aprovadas ontem (4) pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), as escolas vão trabalhar o ensino a partir de quatro eixos básicos: trabalho, ciência, tecnologia e cultura.
A escola pode dar mais importância a um destes temas, mas todos eles devem ser trabalhados. O objetivo principal do governo é a flexibilização do modelo curricular segmentado adotado atualmente nas escolas, dividido em disciplinas que não se relacionam durante o aprendizado.
O relatório, que também abre a oportunidade de ampliação da carga horária do ensino médio para mais que os atuais três anos, será encaminhado para o ministro Fernando Haddad para ser homologado.
As escolas poderão oferecer conhecimentos e atividades além das que são obrigatórias, durante a carga horária mínima de 2,4 mil horas. Uma das opções para isso é a oferta de 20% do período na modalidade ensino a distância.
“A essência dessa proposta é a definição de uma identidade para o ensino médio. O ensino médio tem que ser entendido como a última etapa da educação básica e, por isso, tem que preparar para a vida. Para isso, ele tem que ser capaz de trabalhar simultaneamente com essas quatro dimensões”, disse o relator do parecer, José Fernandes de Lima.
Para Lima, há várias experiências de ensino médio bem sucedidas, mas elas não são organizadas de forma sistemática. O foco das novas diretrizes é dar autonomia às escolas para que possam atender às necessidades de cada público. As recomendações do CNE não têm força de lei, mas servem de orientação para a organização de escolas públicas e particulares de todo o país.
Acho que são mudanças importantes, mas como não são obrigatórias dificilmente vão funcionar adequadamente. Além disso, a modalidade de ensino a distância depende de internet que tem pouca oferta no Brasil e é uma das mais caras e piores do mundo, quando comparada com a de países do mesmo porte econômico.
Também acho, Ane. Mas os profissionais do ensino não vão aceitar facilmente e o governo terá que ser mais claro.
De acordo com a carga horária ampliada, e haver comprometimento em pagar o professor com salário digno. O projeto contra turno não é uma mau ideia, estimula o aluno, quando se refere aos estudos teóricos. O difícil que acredito é o apoio financeiro para arcar com o contra turno e salário justo para os profissionais.