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Governo Americano reconhece mudanças climáticas como ameaça aos Estados Unidos

Durante algum tempo depois da reunião de Copenhague ninguém mais falou em aquecimento global e confesso ter pensado que a ameaça chegara ao fim, que tudo era engano, o mundo não está ficando mais quente e que os ursos polares vão deixar de ser canibais.

Agora leio na grande imprensa que as mudanças climáticas são uma realidade e que o Pentágono já inclui este tema na lista das ameaças a segurança dos Estados Unidos. Milhões de refugiados abandonando um país e indo para outro podem desestabilizar qualquer governo, qualquer economia.

Apesar da reunião mundial em Copenhague não ter sensibilizado os governantes, a administração Obama está preocupada com o cenário ameaçador: “O que acontecerá no mundo se a temperatura média subir acima de dois graus centígrados?”.

O Conselho de Segurança da ONU, a pedido da Grã-Bretanha, decidiu relacionar a mudança climática com a paz e a segurança mundial. A OTAN também estuda as prováveis conseqüências diretas na região do Mediterrâneo, como a desertificação e as possíveis ondas de refugiados do clima.

“Não podemos chamar alarmista quando os próprios governos estão fazendo seus cálculos e decidindo adotar medidas antecipadas”, diz a jornalista canadense Gwynne Dyer, que explora os futuros conflitos em seu livro “Climate Wars (Guerra do Clima)”.

Foi no governo Bush que se deu o primeiro alarme sobre os conflitos, a desestabilização e inclusive uma guerra nuclear como conseqüência das mudanças climáticas, segundo a jornalista e escritora.

“Os dois graus centígrados são apenas o gatilho”, adverte Dyer. “A partir desse valor se pode disparar todo tipo de conseqüências em cadeia. Em qualquer situação, o efeito pode ser sempre o mesmo: fome! E a fome forçará o processo migratório com milhões de pessoas se amontoando nas fronteiras de outros países, uma espécie de panela de pressão pronta para explodir em forma de guerras.”

Pelo visto, não haverá futuro! Os cenários dos filmes mais catastróficos vão virar realidade. Claro que o melhor mesmo é imaginarmos que tudo isso não passa de um pesadelo. Afinal temos água para beber e comida para comer. Pelo menos por enquanto.

Jackson Rubem:
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