Funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram hoje (17) uma paralisação de 48 horas para reivindicar recomposição salarial em função de perdas com a inflação nos últimos anos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz, Paulo César de Castro, o último reajuste foi concedido em julho de 2009, o que gerou uma perda acumulada de 14%. “Os salários estão muito defasados e esperamos que haja avanços nas negociações com o governo”, disse.
Ele informou que a categoria rejeitou uma proposta enviada pelo Ministério do Planejamento, na semana passada, prevendo reestruturação das carreiras, com incorporação de gratificações.
“Do jeito que recebemos, quase não haverá impacto sobre os salários reais. Para os profissionais de nível intermediário a recomposição é quase 5% e para os de nível superior não chega nem a isso”, acrescentou.
Embora a paralisação, segundo estimativa do sindicato, conte com adesão de 70% dos cerca de 4,5 mil funcionários ativos, os serviços essenciais, como atendimentos em hospitais e postos de saúde ligados à instituição e a produção de linhas de vacina que já estavam em andamento, não foram atingidos.
Castro informou que uma nova assembleia está marcada para a próxima segunda-feira (22), quando a categoria vai avaliar a necessidade de repetir a paralisação.
A Fiocruz, vinculada ao Ministério da Saúde, conta com 15 unidades em seis estados e é responsável pelo desenvolvimento de pesquisas, pela prestação de serviços hospitalares e ambulatoriais; pelo ensino e pela formação de recursos humanos; e pela fabricação de medicamentos, reagentes e kits de diagnóstico e de vacinas que abastecem o Sistema Único de Saúde (SUS), como as contra a poliomielite, meningites meningocócicas e febre amarela e a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Em 2010, foram entregues 79,6 milhões de doses de vacinas ao Ministério da Saúde.
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil