Uma área gigantesca da floresta amazônica, 93 quilômetros quadrados (km2), foi destruída em julho, segundo levantamento do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado hoje (23).
Comparando a julho de 2010, quando os satélites observaram 155 km² de desmate, a redução foi 40%. Apesar do desmatamento menor em um mês considerado crítico, por ser o auge do período de seca (o que facilita a derrubada), a tendência é que a taxa anual de destruição da floresta amazônica seja maior este ano.
A área desmatada entre agosto de 2010 e julho de 2011 (período de doze meses do calendário oficial do desmatamento) ficou em 1.628 km², 9% maior que o total registrado no período de 12 meses imediatamente anterior (agosto/2009 a julho/2010), de 1.488 km². Os números da organização não governamental repetem a tendência apontada pelo sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que também registrou queda do ritmo de desmate em julho e aumento no acumulado dos últimos doze meses, segundo a Agência Brasil/Luana Lourenço.
A taxa anual de desmate é calculada por outro sistema do Inpe, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que é mais preciso por avaliar áreas menores. No entanto, apesar da metodologia diferente, a avaliação do Deter costuma antecipar os resultados do Prodes. Em 2010, a área derrubada foi 6.451 km², a menor registrada pelo Inpe desde o começo do monitoramento, em 1988.
Em julho, segundo os dados do Imazon, o estado que mais desmatou foi o Pará, com 38,5 km² a menos de floresta no período, seguido por Mato Grosso, com 21 km². Em Rondônia, os novos desmatamentos atingiram uma área total de 16,5 km² e, no Amazonas, 13 km². Amapá, Acre e Tocantins também registraram derrubadas.
Além do corte raso (desmatamento total), o levantamento do Imazon também mede a degradação florestal, que considera florestas intensamente exploradas por atividade madeireira ou atingidas por queimadas. Em julho, a degradação avançou 116 km². O estado com maior área degradada no período foi Mato Grosso, com quase 60% do total registrado.
Considerando o calendário oficial do desmatamento, a degradação florestal atingiu 6.389 km² de áreas nativas, aumento de 241% em relação ao período anterior (agosto de 2009 a julho de 2010), quando os desmatamentos destruiram 1.873 km² de cobertura florestal.