Curso superior para quem não tem, financiado pelo governo, é a intenção do Ministério da Educação (MEC) para ampliar o número de professores diplomados em uma universidade. Uma oportunidade já que a lei exige curso superior até mesmo para educação infantil.
Na atualidade, estão matriculados em cursos superiores, visando a conquista do diploma ou pós-graduação, 16% dos que atuam em sala de aula, o que equivale a cerca de 380 mil professores.
Quem usa do benefício oferecido pelo governo poderá quitar a dívida em oito anos e quatro meses, desde que trabalhe como professor em escola da rede pública, pois cada mês trabalhado em regime de 20 horas semanais abate 1% da dívida.
A partir de uma portaria que deve ser publicada hoje (3) no Diário Oficial da União, a medida será estendida a professores que já atuam na rede pública e querem cursar alguma licenciatura. Para aqueles que já estão na carreira, o tempo em que estiver fazendo o novo curso e trabalhando em escola pública passa a contar para o abatimento da dívida, segundo informações da Agência Brasil/Amanda Cieglinski:
Levantamento feito pelo MEC em 2009 identificou que 600 mil professores que atuavam na educação básica não tinham a formação mínima adequada – ou não tinham diploma em nível superior ou eram formados em outras áreas que não as licenciaturas.
O cruzamento feito entre os dados dos censos da Educação Básica e Superior, que identificou 381 mil professores em busca do diploma, mostra que a maioria – 192 mil – está matriculada em cursos de pedagogia. Em seguida aparecem as licenciaturas em letras (44 mil), matemática (19 mil), história (14 mil), biologia (14 mil) e geografia (10 mil). Do total, 67% estão em instituições privadas.
De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, não é possível indicar se esses profissionais estão em busca de uma primeira ou de uma nova graduação. O MEC pretende depurar os dados para conhecer melhor esse público. “Mas os números nos surpreenderam positivamente. Nos dois casos [de o professor ter ou não nível superior], a busca pela formação é positiva”, disse.
Há ainda docentes matriculados em cursos que não são diretamente relacionados à prática pedagógica como direito (8 mil), administração (5 mil) e engenharia (3 mil).