Para protestar contra a exploração de petróleo no Arquipélago de Abrolhos, no extremo sul da Bahia, a organização não governamental Greenpeace promoveu um protesto hoje (30), na capital fluminense.
Em uma apresentação cênica, na torre de escritórios do Shopping Rio Sul, na zona sul, ativistas vestidos de baleia foram pintados com jatos de tinta preta representando a exploração de petróleo, que atinge os animais dessa região.
Os ativistas fantasiados de baleia tomaram o hall de elevadores na entrada da torre, que dá acesso à companhia Perenco, dona de blocos de óleo em Abrolhos, onde esses animais morrem em decorrência do impacto da extração do óleo.
O objetivo do Greenpeace é chamar a atenção para a extração de petróleo dentro do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, escolhido pelas baleias Jubarte, principalmente, para a reprodução.
Com faixas e cartazes com os dizeres “Perenco, deixe as baleias namorarem”, o protesto, que sujou de tinta o hall de elevadores do Rio Sul, contou com o apoio das pessoas que estavam no prédio.
A coordenadora da campanha, Leandra Gonçalves, disse que mais de 10 mil baleias estão no meio da estação de reprodução e que a atividade extrativa na região pode pôr em risco os animais, além de afetar estoques pesqueiros e espécies em extinção.
“Viemos aqui cobrar da empresa um posicionamento sobre o banimento da exploração de petróleo e gás por 20 anos em torno do parque”, disse Leandra, após protesto de uma hora, sem ter sido recebida pela companhia. “Continuaremos com nossa agenda de pressão porque não queremos transformar esse local no novo Golfo do México”, completou.
De acordo com o Greenpeace, além da Perenco, nove empresas nacionais e estrangeiras têm concessão para exploração de 13 blocos de petróleo nos arredores de Abrolhos. São elas: Petrobras, Vipetro, OGX, HRT, Shell, Vale, Cowan, Sonangol e Repsol.
A organização enviou a todas elas um documento assinado por mais de 12 mil ativistas pedindo o fim da exploração de petróleo ao redor do parque. Por outro lado, trabalha por um acordo entre as petroleiras e o governo federal, que pode proibir a extração no local.
A Perenco é a companhia mais próxima da zona de reprodução das baleias e que, segundo o Greenpeace, ainda não respondeu aos protestos da organização.
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil