Uma estatística assustadora foi divulgada pela PJ na III Conferência Europeia sobre Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente.
O aliciamento online e adoção por pedófilos está alarmando as autoridades, conforme noticiado no jornal português Destak.pt , em artigo escrito por Patrícia Susano Ferreira.
Todos os anos, as autoridades portuguesas recebem em média 750 participações de desaparecimentos de crianças e jovens pelos mais variados motivos, que vão desde a fuga até ao rapto por terceiros.
Este valor denuncia que todos os dias o nosso país regista pelo menos dois desaparecimentos, sendo a maioria do sexo feminino (61%), entre os 14 e os 17 anos, e com maior incidência nos meses de Maio, Junho e Agosto, avançou Carlos Farinha, da PJ, no âmbito da III Conferência Europeia sobre Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente: Segurança na Internet.
Apesar de a maioria dos desaparecimentos não excederem os cinco dias, por se tratarem de fugas, a Linha SOS Criança Desaparecida salienta que houve 17 menores que ficaram por encontrar entre os anos de 2004 e 2007 e que só no último ano foram abertos 34 processos de crianças desaparecidas.
Já quanto aos casos de crimes sexuais contra crianças e adolescentes, os números ainda são mais elevados, ultrapassando os 1400 novos casos por ano, valor que se traduz em quatro crianças abusadas por dia.
Adoção permitida a pedófilos
Um minuto de silêncio pelos menores que ainda não foram encontrados ou que são explorados foi o primeiro pedido da presidente do Instituto de Apoio à Criança, que apelou ontem à proibição da adopção por parte de pessoas que já foram condenadas por crimes sexuais contra crianças.
Como resposta a este alerta, o procurador-geral da República quebrou o silêncio que marcou a sua presença na conferência e disse à saída da mesma que é necessário alterar a legislação para acabar com casos destes, que ocorrem porque a condena-ção é apagada do registo criminal. Quanto à hipótese de já ter havido casos no País, Pinto Monteiro respondeu que «pode ter acontecido», mas que não tem conhecimento de nenhum.
Mendicidade e prostituição
Entre as mais recentes tendências na exploração de menores, destaca-se o uso das novas tecnologias para aliciar as crianças e adolescentes a fazerem striptease através de webcams ou a marcarem encontros na vida real que resultam em abusos sexuais; os casos das crianças migrantes, sobretudo na comunidade romena que as usa para mendigarem; e ainda o fenómeno da prostituição, que continua a ser a principal denúncia feita ao Instituto de Apoio à Criança (31%) e no próprio diagnóstico que as suas equipas fazem.
Outra exploração cada vez mais comum é o uso de crian-ças que não estão desaparecidas para ilustrar e-mails que são repassados por milhares de endereços que depois são vendidos por milhões.
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