No Brasil atual, parece-me que apenas estudantes e índios têm coragem de lutar por seus direitos, chegando ao extremo.
Um exemplo disso são os mais de 100 estudantes da Universidade de Brasília (UnB) que estão ocupando,desde o início da tarde de hoje (3), a reitoria da instituição. Por volta das 16h15 foi cortado o fornecimento de água e luz do prédio e todos os funcionários foram dispensados do trabalho.
A notícia publicada na Agência Brasil dá mais detalhes:
As principais reivindicações dos estudantes são a saída do reitor, Timothy Mulholland, e do vice-reitor, Edgar Mamiya, a dissolução do conselho da Fundação Universidade de Brasília (FUB) e a convocação de novas eleições diretas e paritárias imediatamente. A paridade entre professores, funcionários e estudantes nos conselhos e nas eleições da universidade são uma antiga reivindicação do movimento estudantil.
“A nossa ocupação é uma ocupação política e principalmente pacífica, afirmou a aluna do curso de História, Catharina Lincoln, uma das integrantes da comissão de comunicação formada pelos manifestantes. “Não abriremos mão da renúncia do reitor e de eleições paritárias imediatas e diretas”, complementou.
A manifestação é uma ação contra os escândalos dos últimos meses, referentes a desvio de verbas de fundações de apoio privadas ligadas à UnB e à redecoração do apartamento funcional que era ocupado pelo reitor.
Outros pontos reivindicados são a convocação de um congresso estatuinte, com representação de professores, servidores e estudantes para reformular o estatuto da universidade, a não realização de convênios com fundações de apoio que estejam sendo investigadas por irregularidades, a abertura de todas as contas das fundações, tanto para o Ministério Público quanto para o movimento estudantil, a convocação imediata de concurso público para professores e servidores técnicos e o leilão dos bens adquiridos para o apartamento funcional que foi ocupado pelo reitor. Os estudantes também querem que o valor arrecadado no leilão seja investido na Casa do Estudante Universitário (CEU).
Os estudantes afirmam que não agrediram nem obrigaram qualquer funcionário da reitoria a permanecer no prédio e que também não quebraram objetos do local. A coordenação da comissão de comunicação afirmou que qualquer tipo de avaria será ressarcida pelo movimento estudantil.
As negociações estão sendo feitas com a Polícia Federal, chamada no meio da tarde para conter a manifestação. Até agora, Timothy Mulholland não se manifestou. Os estudantes dizem que só desocupam o gabinete com a renúncia do reitor.