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Estudantes da rede pública no Amazonas se destacam em pesquisas científicas

Um balanço da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam) mostra crescimento aproximado de 460% em pesquisas científicas e tecnológicas. O mais surpreendente é que estas pesquisas foram feitas por estudantes da educação básica, a partir do sexto ano, e da educação de jovens e adultos – todos matriculados na rede pública municipal de Manaus ou na rede estadual do Amazonas.

Conforme o diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena, essa constatação pode ser feita a partir do número de pesquisas financiadas pela instituição, por meio do Programa Ciência na Escola (PCE). O programa existe desde 2004 e já investiu quase R$ 5 milhões em centenas de projetos desenvolvidos por aproximadamente 2,1 mil estudantes. A notícia é da Agência Brasil/Amanda Mota:

O programa tem a parceria da Secretaria de Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas e das secretarias municipais de Educação. Na avaliação de Sena, à medida que desenvolvem seus projetos de pesquisa, professores e estudantes contribuem para a formação de uma nova cultura.

“O PCE, naturalmente, cria uma cultura da pesquisa científica entre esses estudantes. Além disso, apesar da descrença de alguns, é possível desenvolver pesquisas com rigor científico na escola pública de ensino fundamental e médio”, disse Sena à Agência Brasil.

Na última semana, mais de 150 projetos desenvolvidos em 2009 em Manaus foram apresentados em uma mostra pública na cidade, nos moldes de uma grande feira de ciências. Depois da capital, a cidade de Parintins é a que concentra o maior número de projetos científicos desenvolvidos por estudantes da rede pública de ensino, com financiamento do PCE.

As alunas Paula Jaqueline Silva, 13 anos, e Eliziane Negreiros, 14 anos, fizeram parte do grupo de estudantes financiados pelo programa para a realização das pesquisas aprovadas pela Fapeam em 2009. O trabalho das alunas Do Tupi ao Internetês: O Dinamismo do Nosso Português deixou as meninas entusiasmadas com as descobertas feitas.

“Descobrimos que a forma de falar e escrever hoje começou com os índios e se misturou com palavras faladas por negros e europeus. Além disso, hoje tem também o “internetês”, que é a linguagem da internet e que também está presente nas salas de aula e influencia nosso modo de escrever”, disse Eliziane.

A partir de junho deste ano, mais de 1,6 mil estudantes e professores da rede pública municipal de Manaus e da rede estadual darão início a uma série de 230 trabalhos de pesquisa científica financiados pelo PCE. Cada projeto terá duração de seis meses e poderá ter, além do professor, um bolsista de apoio técnico e cinco bolsistas de iniciação científica júnior. Os aprovados terão bolsas de estudo no valor de R$ 461 (professores), R$ 360 (apoio técnico) e R$ 120 (estudantes).

“A escola que, por tradição, é apenas reprodutora do saber, torna-se também fonte produtora de novos conhecimentos, o que representa um componente inovador e marcante no processo de formação, sobretudo por estimular talentos que poderiam ser desperdiçados e os encaminhar cedo parta a carreira científica”, concluiu Sena.

Jackson Rubem: Jackson Rubem, escritor e jornalista
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