Jovens, burgueses, com tendências revolucionárias, influenciados pelo entusiasmo das festas do Centenário da Independência, pelo nacionalismo, decorrente da Primeira Guerra Mundial e pelo início da industrialização do país, que começava em São Paulo, promovem um evento artístico que marcaria para sempre a história da cultura brasileira.
Tudo começou com Anita Malfatti que chegava de Paris, disposta a mudar as cores e as formas em suas telas, até mesmo nos retratos. Foi massacrada pela crítica, inclusive do escritor Monteiro Lobato, que comparou as telas dela com as pinturas feitas pelos doidos, nas paredes dos hospícios. Mas a então jovem Anita não ficou sozinha.
Artistas como o escultor Vitor Brecheret, criador do Monumento às Bandeiras, uma obra que impressiona pelo tamanho, entre outros artistas, passaram para o lado dela.
E assim, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, aconteceu a Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal, em São Paulo, inserindo o Brasil na modernidade, depois de duas décadas de atrazo em relação a outros paises. O evento promoveu a mudança de estilos na literatura e nas artes e serviu de inspiração para o surgimento de novos estilos modernistas que iriam “fazer a cabeça” das novas gerações.
Os artistas foram aplaudidos durante a semana?
Claro que não! Sofreram grandes humilhações. Mário de Andrade não conseguiu terminar de ler seus versos, por causa das vaias e insultos que também silenciaram Villa- Lobos. E as pessoas quando não chutavam as obras que estavam na exposição, viravam a cara para não vê-las.
O público visitante foi pequeno, mas as repercursões duram até os dias de hoje.
(Fontes: Folha Online, A História da Arte (Graça Proença) e comentários na Rede Globo)