Na eleição de 56 magistrados de tribunais superiores da Bolívia, com mandatos até 2017, 40% dos votos foram brancos e nulos. O presidente boliviano, Evo Morales, comemorou, no entanto, o resultado da eleição, realizada ontem (16), e disse que o país inaugura um novo sistema judicial. Por enquanto, a magistrada mais votada foi Cristina Mamani, de origem indígena, assim como Morales. A contagem dos votos não acabou.
“Antes, os juízes eram eleitos apenas por 157 parlamentares, agora há milhões de pessoas votando diretamente para a escolha dos juízes. Essa é a grande diferença e um passo para o reforço da democracia”, disse Morales. “[Com isso, haverá] uma nova Justiça [na Bolívia].”
O chefe da missão da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Fausto Camacho, que acompanhou as votações, elogiou o que observou em diversos pontos da Bolívia. “Foi um dia bem-sucedido”, disse ele. A previsão é que representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) anunciam hoje suas avaliações sobre as eleições.
Morales é um crítico permanente do sistema judicial da Bolívia. Segundo ele, o sistema atual está em vigor desde 1826, com marcas de corrupção e lentidão. Em relação aos votos brancos e nulos, o presidente disse que eles não interferiram na decisão da “maioria dos bolovianos” que quis participar das eleições. Cerca de 5,2 milhões de eleitores estavam cadastrados para votar.
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
*Com informações da agência pública de notícias da Bolívia, ABI, e da emissora multiestatal de televisão, Telesur, com sede em Caracas//Edição: Graça Adjuto