A formação profissional de jovens para as áreas da construção civil e do esporte é o objetivo do Projeto Educar para Construir, que está sendo desenvolvido pelo segundo ano consecutivo, no bairro Plataforma, região de Novos Alagados, em Salvador. Os beneficiários são estudantes de 16 a 24 anos, matriculados na rede pública de ensino e oriundos de famílias de baixa renda.
Em outubro, quando terminam as aulas, serão certificados 400 alunos, para atuarem como ajudante de pedreiro, pintor, encanador, eletricista, carpinteiro ou agente multiplicadores de esporte. Durante a qualificação, que acontece no turno oposto ao da escola, os jovens receberão bolsa-auxílio no valor de R$ 130. O investimento total do governo do Estrado na iniciativa é de R$ 1,2 milhão.
O projeto é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), através do Programa Jovens Baianos e a Cooperação para o Desenvolvimento e Morada Humana (CDM).
“As famílias da região de Novos Alagados são muito estigmatizadas pela pobreza em que vivem. Com essas atividades os jovens encontram incentivo para buscar uma melhoria de vida. Muitos, inclusive, estão ingressando na universidade”, disse Jaciara Brandão, coordenadora geral do Centro de Educação Desportiva e Profissionalizante (Cedep), onde o projeto é executado.
O jovem Edmilson Santana, de 25 anos, um dos alunos já capacitados pelo projeto, comemora a conquista do primeiro emprego. “A situação mudou e agora estou ajudando nas despesas de casa. É a primeira vez que trabalho com carteira assinada. Antes, só fazia bicos. Com a capacitação, aprendi mais e isso me deu uma segurança maior para exercer minha função”, disse. Ele e outros dez colegas de curso trabalham na construção de um prédio residencial no bairro Imbuí, em Salvador.
Oportunidade
O diretor de Relações Trabalhistas do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon), Rogélio Peleteiro, acredita que o nível da qualificação oferecida pelo projeto está sendo fundamental para a contratação dos alunos. “Percebemos que eles saem do curso com um bom nível de conhecimento técnico. Correspondem às nossas expectativas”, considerou.
Segundo o Sinduscon, nos últimos 12 meses na região Nordeste, a média de crescimento no número de postos de trabalho da construção civil foi de 16,27%. Ainda segundo a entidade, atualmente, 93,6 mil baianos trabalham no setor. Somente entre fevereiro e março deste ano, 3.561 novos empregos foram criados.
Além dos moradores da região de Novos Alagados, cerca de 13 mil jovens do estado participam de programas sociais executados pela Sedes. As iniciativas fazem parte de um conjunto de políticas integradas para a juventude, desenvolvido em parceria com entidades da sociedade civil organizada. “O mais importante é que os jovens são estimulados para discussões sobre direitos humanos, protagonismo e cidadania. A partir disso, compreendem a realidade social em que vivem e fazem intervenções importantes. A intenção do Estado é fazer com que eles sejam enxergados como sujeitos de direitos”, explicou Anderson Santos, coordenador do Programa Jovens Baianos.
Das/al