Dos 800 milhões de analfabetos do mundo, 14 milhões são do Brasil

analfabetismo

O mundo tem 800 milhões de adultos analfabetos, segundo dados da Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade). 35 milhões destes analfabetos estão nos países latino-americanos.

Somente o Brasil, o mais populoso país da América Latina, agrega mais de 14 milhões de de pessoas com mais de 15 anos, que não sabem ler e escrever, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantantamento da Clade, divulgado em 2007, no grupo de países da América Latina e do Caribe, Cuba apresenta a menor taxa de analfabetismo: o problema atinge 0,2% da população. Já na Guatemala, que tem os piores indicadores, o problema afeta quase um terço (30,9%) das pessoas com mais de 15 anos, conforme artigo intitulado “Brasil concentra mais de um terço dos analfabetos da América Latina, diz organização”, escrito por Amanda Cieglinski e publicado na Agência Brasil:

Nesse ranking, o Brasil ocupa a 14ª posição, em um total de 19 países. De acordo com dados da Clade, com um percentual de 11,4% de analfabetos entre a população com mais de 15 anos de idade, a média brasileira fica atrás, por exemplo, dos índices do México (9,10%), Equador (9%), Panamá  (8,10%) e da Colômbia (7%). A Clade é uma rede de organizações da sociedade civil que atua em defesa do direito ao ensino público gratuito e de qualidade.

Segundo a Pnad, o índice de analfabetismo entre os brasileiros com mais de 15 anos é de 10%. Para o educador peruano e consultor internacional José Rivero, uma das explicações para a persistência do problema, tanto na América Latina quanto no Brasil, são as grandes desigualdades sociais da região.

“O Brasil é a primeira potência em matéria econômica, mas tem questões de pobreza que são incompatíveis com essa qualidade. Essa bipolaridade tem possibilitado a existência de uma camada muito grande de analfabetos”, analisa.

Rivero acredita que a redução do analfabetismo só ocorrerá quando houver menos injustiça social. E o enfrentamento desse problema, segundo ele, é papel do Estado e da sociedade civil.

Recentemente, os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia, declararam que os dois países estão livres do analfabetismo. Para isso, utilizaram a metodologia do programa cubano de alfabetização Yo, sí Puedo, criado pelo governo de Fidel Castro. O método usa programas de rádio e de televisão para alfabetizar jovens e adultos.

“Há mais esperanças na medida em que há mais consciência de que não se pode seguir como era antes. Há programas muito interessantes, mas é preciso que [os países] se organizem sabendo quanto custa alfabetizar. Não basta o político dizer que precisa alfabetizar, é preciso saber o preço”, alerta.

O relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para Educação, Vernor Muñoz, cita as ações da Venezuela e da Bolívia como “exemplos de opções concretas”. Para ele, o Brasil tem um “compromisso enorme”, mas as conquistas ainda não refletem esse esforço.

José Rivero teme que a campanha de alfabetização encampada pelos países latino-americanos possa ser afetada pela crise financeira internacional.

“Essa crise está afetando a América Latina, que vai ficar mais pobre. Nesse sentido, não há como prever quando o problema realmente vai acabar. Às vezes nos esquecemos de que não pode existir um bom futuro em matéria de alfabetização se a escola pública não for fortalecida, ela é a grande alfabetizadora. E para isso é preciso dinheiro”, afirma.

Confira o ranking do analfabetismo nos países da América Larina e do Caribe.

Taxas de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais:

País Taxa
1. Cuba 0,2%
2. Uruguai 1,9%
3. Aruba 2,7%
4. Argentina 2,8%
5. Chile 4,3%
6. Costa Rica 5,1%
7. Venezuela 7,0%
8. Colômbia 7,2%
9. Panamá 8,1%
10. Equador 9,0%
11. México 9,1%
12. Paraguai 9,8%
13. Suriname 10,4%
14. Brasil 11,4%
15. Peru 12,3%
16. Bolívia 13,3%
17. Honduras 20,0%
18. Nicarágua 23,3%
19. Guatemala 30,9%

Fonte: Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Situação Educativa da América Latina e Caribe 2007 / Unesco e Panorama Educativo 2005 Caminhando rumo às Metas / Projeto Regional de Indicadores Educativos – Cúpula das Américas)

3 replies to Dos 800 milhões de analfabetos do mundo, 14 milhões são do Brasil

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  2. o dono do site deve ser analfabeto tambem
    vejão :Somente o Brasil, o mais populoso país da América Latina, agrega mais de 14 milhões de de pessoas com mais de 15 anos, que não sabem ler e escrever,

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