Cerca de 12% dos brasileiros ainda são analfabetos – taxa quatro vezes mais alta do que a registrada na Argentina. Outros 30% da população são considerados analfabetos funcionais, por serem capazes de ler textos sem saber interpretá-los, e um terço dos jovens com idade entre 18 e 24 anos não freqüenta escolas de ensino médio.
Esta informação é da Agência Brasil:
Essas são algumas das conclusões da publicação Anuário 2007: Qualificação Social e Profissional divulgada hoje (12) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).
Para o diretor técnico do departamento, Clemente Ganz Lúcio, o levantamento, realizado em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), representa uma “radiografia” da atual estrutura brasileira no que diz respeito à formação profissional para trabalhadores. Ao todo, 116 tabelas e 66 gráficos revelam dados sobre a qualidade da educação brasileira e sua influência no mercado de trabalho.
De acordo com o estudo, as Regiões Sul e Sudeste concentram quase 50% das escolas de nível médio em todo o país e mais de 60% das matrículas. Já as Regiões Norte e Nordeste, seguidas de perto pela Centro-Oeste, registraram índices menores de 10%.
“Se o país quer ter um desenvolvimento mais homogêneo, é fundamental que o ensino técnico e tecnológico [ensino médio] seja implantado nessas regiões. Para que essa população possa ter empregos de melhor qualidade e para que a economia possa ter um desenvolvimento diferenciado. A educação, com essa estrutura, acaba reproduzindo a desigualdade econômica.”
O anuário revela ainda que existe um grande contingente de desempregados – sobretudo nas áreas metropolitanas brasileiras – e que o tempo de desemprego de longa duração é, em média, de 30 a 50 semanas.