Brasília – A extração ilegal de madeira na Amazônia e os recentes conflitos no município de Tailândia (PA) serão tema da primeira reunião do ano da Comissão Mista de Aquecimento Global. Foi aprovado hoje (26) requerimento de convite a representantes dos Ministérios da Justiça, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente e Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que compareçam ao Congresso, na próxima semana, para expor a deputados e senadores o projeto do Executivo de combate a extração ilegal de madeira na região.
O relator da comissão, senador Renato Casagrande (PSB-ES), afirmou que a emissão de gás carbônico na região decorrente de queimadas e desmatamentos será o principal dos trabalhos em 2008. “O desmatamento ilegal é a principal fonte [geradora] de gás do efeito estufa no Brasil”, comentou.
Na semana passada, fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturai9s Renováveis (Ibama) foram obrigados a interromper a Operação Guardiões da Amazônia após o bloqueio de estradas e manifestações contra a fiscalização de madeireiras do município. A reação popular contra a operação do Ibama obrigou o governo a enviar soldados da Força Nacional de Segurança e policiais federais à região.
Casagrande também comentou, em entrevista à Agência Brasil, a decisão do governo dos Estados Unidos de condicionar a adesão ao Protocolo de Quioto à adoção de um compromisso efetivo de redução de CO2 por países emergentes como Brasil, China e Índia.
“Os Estados Unidos já chegaram ao topo da irresponsabilidade, destruindo suas florestas, já emitem uma quantidade enorme de gases do efeito estufa com sua matriz energética. Eles têm que assumir suas responsabilidades para que possam estabelecer metas de redução desses gases”, afirmou o relator da Comissão Mista de Aquecimento Global.
Renato Casagrande disse considerar perfeitamente viável que os três países emergentes, “de forma segmentada”, estabeleçam metas de redução dos gases responsáveis pelo aquecimento do planeta. “Isso numa discussão das Nações Unidas ou na conferência das partes que discute as mudanças climáticas, nunca como uma imposição dos Estados Unidos”, ressaltou.
Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil