Na avaliação da presidente da Associação Brasileira de Alimentação e Saúde Escolar (Abrae), Rosane Maria Nascimento da Silva, além de ser uma obrigação do Estado, a merenda escolar também deve valorizar a cultura local.
Ou seja, as crianças devem consumir nas escolas alimentos produzidos na própria região.
“A escola deve ser um ambiente em que valores como a preservação da cultura sejam bastante disseminados”, disse hoje (15), em entrevista ao programa Amazônia Brasileira.
Ela lembra que, conforme a determinação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), um dos requisitos para a renovação do repasse de recursos para a merenda escolar é a existência de Conselhos de Alimentação Escolar nas instituições de ensino.
Os conselhos são formados por pais de alunos, gestores, professores, secretários de educação, dentre outros. O objetivo é auxiliar na fiscalização e na organização da merenda escolar.
De acordo com Silva, os conselhos devem contribuir também para o aperfeiçoamento da alimentação escolar.
“A gente não quer um conselho apenas de papel, queremos um conselho que funcione e traga sugestões para que a alimentação escolar se torne um elemento de discussão”, avaliou.
Ela afirma que o conselho funciona como um controle social do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
“Assim, é fundamental a participação da comunidade escolar [pais, alunos e professores] no conselho porque através dela são levadas críticas, denúncias e sugestões”.
Ela diz que o Pnae atende hoje 38 milhões de crianças em todo o país. De acordo com ela, o governo federal repassa todos os dias às escolas R$ 0,25 por criança. Creches e instituições escolares que atendem comunidades indígenas e quilombolas recebem R$ 0,55.
“Mas, não é só isso. Os estados e municípios também complementam essa verba”(Paloma Santos / Agência Brasil).